O banqueiro Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2006, foi condenado, nesta segunda-feira (1º/1), a seis meses de prisão em Bangladesh. Yunus, 83 anos, e três pessoas, funcionárias da empresa fundada por ele, receberam a sentença.
Segundo a agência internacional AFP, a condenação dos quatro se deu por violação de leis trabalhistas por não terem criado um fundo de assistência aos empregados da empresa Grameen Telecom.
Eles seguem em liberdade, mas sob fiança, e têm um mês para recorrer da decisão. Sheikh Hasina, primeira-ministra de Bangladesh, acusou Yunus de “sugar o sangue dos pobres” com sua empresa, criada com objetivo de não ter fins lucrativos.
Khaja Tanvir, advogado do banqueiro, disse à agência Reuters que o caso tem motivação política, em meio à campanha de reeleição da primeira-ministra. As eleições ocorrerão no próximo domingo (7/1).
Reconhecimento
Yunus recebeu a premiação do Nobel por uma ideia inovadora para conceder crédito às pessoas mais pobres, especialmente às mulheres em vulnerabilidade social. Ele também defende o crédito bancário como direito humano.
O sistema criado por ele no Grameen Bank era baseado apenas na confiança, em vez de um contrato ou outras análises financeiras. A ideia também era levar a oferta de crédito até essas pessoas e se colocar contra os bancos tradicionais.