Bandidos souberam quem era Marcelinho Carioca via internet, diz amiga

São Paulo – A amiga de Marcelinho Carioca que foi sequestrada com ele na última segunda-feira (18/12) afirmou que os bandidos não sabiam que o ex-jogador, ídolo de Brasiliense e Corinthians, era famoso. Segundo Taís de Oliveira, os criminosos só descobriram que eles tinham sequestrado uma pessoa famosa depois de uma pesquisa na internet.

Segundo o boletim de ocorrência, obtido pelo Metrópoles, só no cativeiro que os bandidos se deram conta que haviam sequestrado uma celebridade. Foi quando decidiram comprar água e comida para Marcelinho Carioca, de acordo com o depoimento do ex-jogador.

“Eles foram ver quem era o Marcelinho Carioca, que ele era um jogador. Ele foi no banco da frente, e me colocaram no banco de trás. A gente ficou tão tenso, que não sentia vontade de comer, eu bebi água o tempo todo. Eu só pensava nas crianças, pensava: ‘Será que eu ia voltar viva?’”, disse Taís em entrevista para a TV Record.

Ela também lamentou ter sido apontada como amante de Marcelinho Carioca nas redes sociais após a divulgação de um vídeo do ex-jogador no qual ele dizia ter sido sequestrado pelo marido da amiga. Depois de ser libertado, Marcelinho disse que foi obrigado a fazer a gravação pelos criminosos.

“Não sei o que passa na cabeça das pessoas, elas ficam julgando, falando um monte de coisa que não sabem, que não conhecem. É muito difícil isso”, desabafou Taís.

Ela chorou ao falar sobre os momentos de terror que viveu na mira dos criminosos. A amiga do ex-jogador agradeceu a Deus por estar viva. “A gente saiu intacto! Foi Deus ali, foi Deus que guardou a gente de verdade”.


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Sequestro de Marcelinho

Marcelinho Carioca foi para o show do cantor Thiaguinho, na NeoQuímica Arena, na zona leste da capital paulista, no sábado (16/12). Morador de Arujá, na Grande São Paulo, ele combinou de, na volta, passar na casa de Taís, que é fã do cantor, para deixar ingressos da outra apresentação que aconteceria no dia seguinte.

À polícia o ex-jogador afirmou que, ao chegar à casa da amiga, percebeu que havia um baile funk acontecendo, parou o carro uma quadra abaixo e pediu para que Taís encontrasse com ele no local. Ela já estava no veículo quando ele percebeu, pelo retrovisor, a aproximação de três homens armados.

Confiando no insulfilm escuro, os dois ficaram abaixados na Mercedes. Os criminosos até chegaram a passar pelo carro, mas deram a volta e começaram a bater no vidro.

Rendidos, Marcelinho Carioca e Taís foram encapuzados e obrigados a passar os celulares e os cartões de banco. O ex-jogador ficou no banco de passageiros. Já a amiga foi levada para o banco de trás. Ainda no carro, os bandidos teriam ligado para outras pessoas, em busca de um cativeiro.

Cativeiro

As vítimas seriam levadas para um cortiço na Rua Ferraz de Vasconcelos, a menos de 2 km de distância do local em que foram rendidas. No local, havia movimentação de moradores, segundo o boletim de ocorrência.

O ex-jogador afirma que só foi reconhecido lá. “Em determinado momento, ouviu um dos criminosos dizer: ‘Caralho, olha lá quem é, fodeu, é o cara, é o Marcelinho’”, consta no documento policial.

“Ao passar do dia, os criminosos falaram: ‘Já que estamos com você e essa mina aqui, vamos pegar um dinheiro e, se você for de boa, vamos te soltar’. Durante todo o período, embora não estivesse enxergando, ouvia que Taís estava próxima ao declarante e chorando desesperadamente”, registra.

Por mensagens de celular, os criminosos passaram a pedir dinheiro para pessoas próximas e familiares de Marcelinho Carioca. Ao todo, os bandidos conseguiram R$ 42 mil.

Para despistar a polícia, os sequestradores também forçaram as vítimas a gravarem um vídeo apresentando uma versão falsa sobre o sequestro. Nas imagens, o ex-jogador e a amiga aparecem afirmando que teriam um caso extraconjugal e haviam sido sequestrados pelo marido de Taís.

Prisões

Ao todo, a Polícia Civil já indiciou seis pessoas que teriam participado do sequestro. Dessas, quatro estão presas preventivamente e duas são consideradas foragidas.

Até o momento, Thauannata Lopes dos Santos, de 18 anos, é a única detida por supostamente ter ajudado a manter Marcelinho Carioca e Taís presos no cativeiro. Ela foi pega em flagrante no momento em que as vítimas foram resgatadas pela Polícia Militar.

Já Jones Santos Ferreira, 37, Eliane Lopes de Amorim, 30, e Wadson Fernandes Santos, 29, estão presos acusados de atuar como “conteiros” – nome dado aos criminosos que disponibilizam a conta bancária para receber dinheiro ilícito. O esquema seria liderado pelo primeiro suspeito, de acordo com a investigação.

O dono do cativeiro e uma mulher, que teriam atuado como “carcereiros” no cativeiro e fugiram com a chegada da polícia, também foram identificados. O paradeiro deles ainda é desconhecido.

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