Jeferson de Assis, irmão de Jainia Delfina de Assis – vítima de feminicídio, aos 42 anos, na tarde desse sábado (15/6) – relata que a alegria da irmã mais velha era conhecida em toda a Cidade Estrutural, onde ocorreu o crime. Segundo ele, Jainia era bondosa e se dava bem com os vizinhos. O principal suspeito pelo crime é o companheiro dela, Wederson Aparecido Ananias de Moura, 36, que foi preso na manhã deste domingo (16/5), menos de 24 horas após cometer a barbárie.
“Acabou a alegria da rua. Sempre queria conversar com todo mundo. Ela é bem conhecida aqui. O pessoal fala da Jainia e boa parte conhece. Depois que ela começou a se envolver com ele [suspeito pelo feminicídio], os amigos começaram a se afastar por conta dele”, relata o parente.
O irmão ainda relatou que as informações policiais repassadas aos familiares seria de que o autor tem 29 passagens criminais, incluindo violência doméstica, estupro e homicídio.
Antes de ser preso por policiais militares do 15º BPM, Wederson Aparecido Ananias de Moura, 36 anos, foi identificado e rendido por populares. Revoltados com o crime, moradores da região de Vicente Pires espancaram o assassino. Ele chegou a informar que estava sob o efeito de drogas no momento do crime.
Com costelas fraturadas, o preso foi levado para a emergência do Hospital de Base, a fim de receber atendimento médico. Após a liberação, o criminoso seria encaminhado para a 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), onde será lavrado o flagrante de feminicídio.
O crime ocorreu na Quadra 4 do Setor Oeste, na Cidade Estrutural. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o filho da vítima, de 4 anos, foi o primeiro a ver a mãe deitada em meio ao sangue e a pedir ajuda a vizinhos. Um ex-namorado de Jainia encontrou a criança assustada, soube do que aconteceu e acionou a polícia.
Wederson tem histórico de violência doméstica e, inclusive, foi alvo de uma medida protetiva por agressões contra Jainia Delfina. A ação foi determinada pelo 3º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Brasília no fim do ano passado. Há outros processos por Lei Maria da Penha contra ele.
Histórico violento
Além de passagens criminais por violência doméstica, incluindo medida protetiva contra Jainia, Wederson foi preso por homicídio e atentado violento ao pudor, em 2006. Na época, ele foi condenado por estuprar e assassinar uma adolescente de 15 anos, enquanto ela dormia.
Ana Paula Rodrigues de Sousa, a adolescente morta por Wederson em 2006, foi encontrada completamente nua e com a cabeça esfacelada. A garota dormia com um grupo de moradores de rua dentro de um duto de ventilação do metrô. As pessoas se levantaram e foram até a rodoviária fazer um lanche, deixando a adolescente dormindo sozinha no local.
No momento em que o grupo retornou, viu quando Wederson deixava o local apressadamente, com as mãos ensanguentadas. Ana Paula ainda estava viva, mas gemia muito e tremia. Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, a vítima já estava sem vida. O criminoso fugiu, mas dias depois foi preso.
O Metrópoles apurou que Wederson estava em prisão domiciliar desde novembro de 2022. Em decisão anterior, que analisou o possível relaxamento da detenção, foi descrito que laudo criminológico identificou traços de personalidade negativa e apontou que, possivelmente, seria importante oferecer acompanhamento psicológico ao preso.