São Paulo — As forças de segurança recapturaram 563 presos em quatro dias da saidinha temporária em São Paulo. Desde a última terça-feira (17/9), 29,5 mil detentos deixaram o sistema prisional paulista por causa do benefício.
Relator do projeto de lei que acaba com o benefício, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, classificou a liberação dos presos como “um absurdo”.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), 547 detentos voltaram para a cadeia porque violaram as medidas impostas pela Justiça para manter o benefício, como permanecer na cidade informada ao Judiciário, não ficar na rua no período noturno e nem frequentar bares, boates e se envolver em brigas.
Além destes, foram presos em flagrante 16 criminosos que se valeram da saidinha para praticar novos crimes, segundo dados divulgados pela secretaria. O número já representa 83% dos detidos em sete dias da saída temporária de junho deste ano.
Até a sexta-feira (20/9), 220 dos presos flagrados descumprindo as regras da saidinha estavam na cidade de São Paulo e na região metropolitana, conforme o balanço atualizado do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom).
Na terça-feira, apenas algumas horas após os presos terem sido liberados para a saidinha, 15 detentos foram recapturados no centro da cidade, na região da Cracolândia, o que viola as medidas impostas pela Justiça.
No interior paulista, os policiais recapturaram 327 detentos, sendo os maiores números nas regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Sorocaba e Piracicaba.
O descumprimento da regras da saidinha temporária resulta na prisão e no retorno ao sistema prisional, conforme portaria publicada pela SSP, com anuência da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), no ano passado.
Os detentos recapturados são encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exame pericial e, em seguida, levados para a penitenciária.
Na última saída temporária de presos, realizada entre 11 e 17 de junho, 677 detentos foram recapturados em todo o estado, segundo a SSP.
A Polícia Militar encaminhou os presos ao Instituto Médico Legal (IML) central, para passarem por exame pericial e, ainda hoje, eles serão encaminhados de volta aos presídios. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), dentre os 15, três usavam tornozeleira eletrônica.