O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve no centro de manifestações promovidas por dois pequenos grupos de estudantes, durante palestra realizada na noite de sexta-feira (20/9) na Universidade de São Paulo (USP).
De um lado, estavam petistas que ovacionaram o ministro. Do outro, integrantes da União da Juventude Comunista (UJC), que chamaram Haddad de “Paulo Guedes do PT”, durante um pequeno protesto na USP.
Os integrantes da UJC dirigiram suas críticas, notadamente, contra o arcabouço fiscal. Eles consideram que a legislação que estabelece limites de gastos públicos teve como efeito limitar as despesas de áreas como educação e saúde.
Para esse grupo, o o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado subserviente à iniciativa privada.
Durante o evento, Haddad atribuiu a disparada do dólar frente ao real registrada na sexta-feira à falta de informação, que provocou boatos sobre as contas públicas do governo federal.
Nesta sexta, o dólar fechou em forte alta de 1,78%, cotado a R$ 5,52. Com isso, a moeda americana encerrou uma série de sete quedas seguidas.
“Eu tendo a acreditar que é o fato de termos adiado a coletiva para segunda-feira”, disse Haddad. “Hoje, era o dia da explicação.”
A coletiva adiada à qual o ministro se referiu era sobre a divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, peça crucial para o acompanhamento da execução orçamentária do governo.
As informações deveriam ser apresentadas nesta sexta-feira, mas o Ministério do Planejamento postergou a exposição dos dados para segunda-feira (23/9). O Metrópoles apurou, contudo, que o Ministério da Fazenda defendia a manutenção da data original.
Haddad observou que, com o adiamento da coletiva, “uma série de boatos começaram a circular”. “Todos completamente improcedentes”, disse. De acordo com o ministro, os dados do relatório são positivos.
“Vocês vão ver na segunda-feira que as notícias são boas”, afirmou. “A arrecadação continua vindo em compasso com as perspectivas da receita e as despesas estão acomodadas no teto de gastos como previsto.”