Lideranças do União Brasil temem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) influencie negativamente o futuro julgamento da inelegibilidade do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, no TSE.
Caiado, como noticiou o Metrópoles, foi tornado inelegível por oito anos pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, em decisão divulgada na última quarta-feira (11/12).
O governador já anunciou que vai recorrer da decisão e aposta que conseguirá derrubar a inelegibilidade no TRE de Goiás. O Ministério Público Eleitoral, no entanto, poderá recorrer e levar o processo ao TSE.
Pelas contas de caciques do União Brasil, o caso deve ser julgado pelo TSE apenas quando a Corte estiver sendo presidida por dois ministros indicados por Jair Bolsonaro: Nunes Marques e André Mendonça.
Nunes Marques assumirá o comando do TSE em junho de 2026. Portanto, presidirá a Corte Eleitoral durante as eleições de 2026. Já Mendonça, hoje suplente na Corte, será o vice-presidente do tribunal.
Bolsonaro pode atrapalhar Caiado no TSE?
O temor dos aliados de Caiado é de que Jair Bolsonaro atue de alguma forma junto a Nunes Marques para influenciar no julgamento da inelegibilidade do governador no TSE.
Caiado, que encerra seu segundo mandato como governador em 2026, tem se colocado como pré-candidato à Presidência da República na direita, mesmo campo político de Bolsonaro.
O governador e o ex-presidente já duelaram na eleição para a Prefeitura de Goiânia em 2024. Caiado apoiou o empresário Sandro Mabel (União Brasil), enquanto Bolsonaro apoiou o ex-deputado Fred Rodrigues (PL).
O candidato do governador levou a melhor e venceu. Inconformado, Fred Rodrigues e sua coligação acionaram a Justiça Eleitoral contra Caiado e Mabel, em ação que culminou com a inelegibilidade do governador.
Bolsonaro, por sinal, não se pronunciou publicamente sobre a decisão que tornou Caiado inelegível. Do clã, apenas o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, defendeu o governador.