As carretas que saem do Ceará, por exemplo, vão levar pelo menos quatro dias e percorrer 4,2 mil km de rodovias para as doações chegarem a quem precisa. Tragédia no Rio Grande do Sul comove e movimenta ações de solidariedade em todo o Brasil
A tragédia no Rio Grande do Sul comove e movimenta ações de solidariedade em todo o país. Um exemplo disso vem de uma região a 4 mil km de distância de Porto Alegre.
Carros chegam nas transportadoras levam o trabalho de uma semana de pequenas confecções de lingerie.
“A gente trabalhou com mais garra ainda, por saber que a gente está podendo ajudar tantas pessoas que estão necessitando”, diz a costureira Edigleuma dos Santos.
Só em uma confecção, 4 mil peças novas vão para mulheres desabrigadas no Sul.
“A lingerie é uma coisa muito específica, porque ela precisa ser justamente nova. Ela é uma necessidade primária, é aquela coisa que todo mundo precisa”, afirma o empresário Ícaro Carneiro.
Em um galpão em Fortaleza, a mobilização é para escoar as doações, que vão de água e alimentos a rações e produtos de higiene pessoal. Este é um exemplo típico de que solidariedade gera mais solidariedade: muitos vizinhos que viram toda a movimentação no galpão e pessoas que acompanharam pelas redes sociais sentiram que, além de trazer as doações, precisavam se doar para que tudo isso chegue no Rio Grande do Sul. Resultado: não falta mão de obra para separar e embalar os produtos e também para ajudar a carregar as carretas.
“Vim ontem e vim hoje também para ajudar. E amanhã, se precisar, virei novamente”, afirma a funcionária pública Antônia Núbia Bandeira Falcão.
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A cada caminhão carregado, comemoração. As carretas que saem do Ceará vão levar pelo menos quatro dias e percorrer 4,2 mil km de rodovias para as doações chegarem a quem precisa.
O empresário Leodir Nunes, que iniciou um grande movimento popular em Fortaleza, acompanha realizado a saída de cada carregamento. São os caminhões que cruzam o país levando a generosidade de quem está muito longe da tragédia.
“Você imagina que era para carregar um caminhão trucado e hoje está aí: estou carregando dez carretas. Já pensou um negócio desse? Como é que se transformou esse pequeno gesto de caridade com esse povo do Sul e hoje está dessa forma. Eu não tenho mais palavras”, diz Leonir.
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