Pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que 55% das prefeituras paulistas afirmam não estar preparadas para esses eventos e 8% declaram desconhecer previsões que possam afetar as cidades. Só 35% dos municípios de SP se dizem preparados para eventos climáticos extremos
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) obtida com exclusividade pela equipe da série “Que Tempo é Esse?” revelou que 55% das prefeituras paulistas afirmam não estar preparadas para eventos extremos e apenas 35% avaliam estar prontas para enfrentá-los. Outros 8% declaram desconhecer previsões que possam afetar as cidades.
A série aborda o impacto das mudanças climáticas na região metropolitana de São Paulo. Para se tornar resilientes e suportar melhor os impactos das mudanças climáticas, as cidades precisam ser capazes de se adaptar tanto no que se refere a ecossistemas, parques e jardins quanto à infraestrutura, detalha o climatologista e coordenador-geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) José Marengo.
Chuvas de grande porte estão cada vez mais frequentes na Grande SP
Reprodução/TV Globo
“E tudo isso aliado às novas condições que poderiam acontecer no futuro como a consequência de choques climáticos. Um choque climático poderia ser uma chuva intensa, uma onda de calor ou uma onda de frio. Pelo que vemos que aconteceu neste ano e ano passado, as cidades são muito vulneráveis a isso. Então a ideia de cidade resiliente, eu não digo que é uma utopia, mas é a meta para que as cidades e a população que mora nelas consigam sobreviver e consigam viver melhor”, afirmou.
Destruição em cidade de SP causada por eventos climáticos extremos
Reprodução/TV Globo
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E emendou: “Temos que pensar em ir além da adaptação, que seria transformação. Que aí cidades, por exemplo, passariam a ter mais espaços verdes, mais corpos de água para poder regular as temperaturas, e os asfaltos têm que ser um pouco mais ecológicos”.
Na sala de situação do Cemaden, que funciona 24 horas, telões têm informações de mais de 3 mil pluviômetros espalhados pelo Brasil, 38 radares meteorológicos, imagens de satélite, tudo para avisar as cidades com o máximo de antecedência possível sobre riscos de deslizamentos e inundações.
Em novembro de 2023, ventos de mais de 100 km/h atingiram a região metropolitana de São Paulo. Cinco pessoas morreram e mais de 2 milhões de imóveis ficaram no escuro. A concessionária de energia da cidade, a Enel, só conseguiu restabelecer o serviço após uma semana.
“Os eventos extremos, as chuvas, estão cada vez mais intensos. Desenvolvemos um estudo em 2020 com o qual fizemos uma contagem do número de dias com chuva acima de 80 mm e 100 mm que, na década de 2000, 2020, era mais ou menos 20 eventos. Se você comparar com a década de 60 ou de 70, eram três ou quatro. E o efeito se multiplica se combinado ao efeito da ilha urbana de calor da infraestrutura.”
“E neste século 21 a tendência é continuar aumentando. Além, claro, das temperaturas, as ondas de calor. Faltar energia numa onda de calor, quando as pessoas não têm ar-condicionado, ventilador, realmente é desumano.”
“São Paulo também, como todo o mundo, teve a temperatura aumentada, uma média de dois graus desde a década de 60. E isso tem a ver com a mudança climática, com a variabilidade natural de clima e com o efeito da ilha urbana de calor. “
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