Kaique Gabriel Lima da Silva estava em um salão de festas com a mãe, na noite de segunda-feira (3), quando saiu para brincar com outras crianças e não foi mais visto. Laudo apontou que ele sofreu asfixia por afogamento. Polícia tenta descobrir causa da morte de Kaique Gabriel
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O pai de Kaique Gabriel Lima da Silva, o menino de 4 anos achado morto em uma piscina de um salão de festas, denuncia que golpistas estão se passando por parentes a fim de pedir dinheiro para o enterro.
Segundo o encarregado de açougue Marco Aurélio de Paula Lima, todas as despesas funerárias já estão pagas, e não há necessidade de ajuda. O sepultamento foi marcado para a tarde desta quinta-feira (6) no Cemitério de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“Estão usando a imagem do meu filho para tirar dinheiro dos outros. Estão fazendo vaquinha para o enterro do meu filho, mas isso não procede. Eu estou custeando tudo. Não pedi dinheiro nem para a minha família. As pessoas estão usando a minha dor para tirar dinheiro de quem tem bom coração”, contou Marco Aurélio.
O corpo de Kaique foi encontrado no fundo de uma piscina na comunidade do Rollas, em Santa Cruz, na Zona Oeste, na madrugada de quarta-feira (5). De acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Campo Grande, a criança morreu por asfixia mecânica em razão do afogamento.
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O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso
Nas redes sociais, uma mulher divulga uma vaquinha na qual pede ajuda. Ela coloca o número de uma chave Pix e o nome da pessoa que vai receber. Na descrição para a suposta ajuda está escrito: “Vamos ajudar o Kaique? Com qualquer valor você estará nos ajudando muito com o enterro dele, e ficaremos muito gratos”.
O g1 tenta contato com o número indicado para as doações.
Pai denuncia vaquinha falsa feita para enterrar filho
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Como Kaique morreu?
A 36ª DP (Santa Cruz) tenta entender como o menino foi parar dentro da piscina e ninguém viu. De acordo com o delegado titular da distrital, a família afirma que ele estava do lado de fora brincando com outras crianças na noite de segunda (3).
Em depoimento, a mãe disse que achava que ele estava dormindo na casa de uma tia, já que ele tinha esse costume.
Piscina onde o menino foi encontrado
Arquivo pessoal
Ele só foi encontrado mais de 24 horas depois, na madrugada desta quarta. O corpo da criança estava dentro da piscina da mesma casa de festas onde ele estava antes de sumir. Ainda não há informações sobre o que aconteceu nesse período.
O laudo do Instituto Médico-Legal afirma que o garoto morreu por asfixia mecânica causada por afogamento.
“Quando se constata que morreu por asfixia, a pessoa que não tem conhecimento sobre o assunto associa diretamente a um crime. Até pode ser, mas não necessariamente. As circunstâncias desse caso ainda não indicam uma conduta criminosa”, explica o delegado Edézio Ramos.
“Não há nenhum sinal de que ele foi submetido a algum tipo de violência, não temos essa informação até o momento. Estamos reunindo outros elementos para montar esse quebra-cabeça e entender em que momento ele voltou para a piscina”, disse.
Polícia investiga negligência
Segundo o delegado, eventuais negligências cometidas pela família e pelos responsáveis do estabelecimento serão investigadas durante o inquérito, que deve ser concluído em um mês.
“Ele morreu afogado, isso é um fato, o que serão analisadas serão as circunstâncias disso. A água da piscina estava muito turva. Quando uma pessoa se afoga, a tendência é, em um primeiro momento, ir para o fundo. A criança estava no fundo e depois de um momento emergiu. Isso é o que está sendo analisado. Sabemos que ela passou algumas horas sem vida dentro da água”, complementa o delegado.
‘Meu parceirão’, diz pai
Kaique Gabriel e o pai
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O pai da criança, ao saber da morte, ficou desolado. A mãe precisou ser medicada, de acordo com parentes.
“Ele era meu filho amado. O mais novo de 2 filhos. Muito carinhoso, meu parceirão”, disse Marco Aurélio.
Marco Aurélio e a mãe do menino são separados, mas ele diz que falava com o filho todos os dias.
“Eu não moro com a mãe dele. Mas nos falávamos todos os dias. No último dia que estivemos juntos, no domingo, ele pediu para morar comigo. Ele implorou para morar comigo. Implorou para não ir embora”, conta.
Ele contou que Kaique sumiu por volta das 22h da segunda-feira. Mas que a mãe só foi dar falta do menino às 14h desta terça (4).
“Eu não sei o que aconteceu. A mãe dele me disse que estavam em uma festa de família, em um salão lá do Rollas, e meu filho saiu”, narrou.
“Como ele tinha costume de dormir na casa de uma prima que é perto, a mãe dele achou que ele tinha ido para lá. Mas eles só notaram que ele não foi às 14h de ontem [terça], quando a irmã dele foi buscá-lo. A partir daí, passamos a procurá-lo”, prosseguiu.
“Fizemos uma força-tarefa, vasculhamos tudo e nada. Inclusive, olhamos no salão de festas onde ele tinha ido”, lembrou Marco Aurélio.
Corpo de menino Kaique Gabriel Lima da Silva foi encontrado pela família em casa de festas na manhã desta quarta (5)
Arquivo pessoal
