Após visitar a Coreia do Norte, Vladimir Putin afirmou que as reuniões com o presidente Kim Jong-un elevaram as relações entre Moscou e Pyongyang a “um novo nível” e enviaram um recado para o Ocidente. O encontro durou dois dias e terminou nesta quarta-feira (19/6).
Durante as negociações, os dois líderes assinaram um acordo de parceria estratégica que começou a ser desenhado em setembro de 2023, durante a visita de Kim Jong-un à Rússia. Segundo agências estatais de ambos os países, a cooperação envolve os níveis político, comercial, cultural e de assuntos humanitários.
Contudo, um ponto em específico recebeu “atenção considerável nas negociações”, segundo declaração do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Entre os pontos acordados entre os dois líderes, a relação entre Rússia e Coreia do Norte agora prevê uma ajuda mútua caso um dos dois países sofra agressões de terceiros.
Apesar de o conteúdo do acordo não ter sido divulgado, detalhando como funcionaria tal ajuda, a divulgação da parceria entre Moscou e Pyongyang acontece no momento em que as chances de um conflito direto entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Rússia aumentam.
Nos últimos meses, alguns países da aliança militar deram sinal verde para a Ucrânia atacar o território russo com armas transferidas pela Otan. A Rússia, por sua vez, enxerga o movimento como uma escalada no conflito no Leste Europeu, que recentemente completou dois anos.
Além disso, os dois líderes culparam os Estados Unidos pelo aumento da tensão na Ásia, em particular na península coreana.
“Nossas opiniões sobre as causas profundas da escalada de tensão militar-política coincidem”, disse Putin. “Elas incluem a política de confronto dos EUA de expandir sua infraestrutura militar na região, que é acompanhada por um aumento substancial no escopo e na intensidade de vários exercícios militares envolvendo a Coreia do Sul e o Japão, que têm uma natureza hostil à Coreia do Norte”.
O estreitamento de laços entre Rússia e Coreia do Norte, segundo Kim Jon-un, é um importante passo para a construção de uma nova ordem global.
“Não tenho dúvida de que [o acordo de cooperação] se tornará uma força motriz acelerando a criação de um novo mundo multipolar, livre de dominação, escravidão, hegemonia e violência”, disse Kim.
