Déficit habitacional atinge principalmente famílias com renda mensal de até R$ 2.640, chefiados por mulheres e pessoas pretas ou pardas. São Paulo e Minas Gerais, são os estados brasileiros que lideram o déficit habitacional no país, com falta de 1,2 milhão e 556 mil habitações, respectivamente (veja ranking mais abaixo).
Os dados são de uma pesquisa feita pela Fundação João Pinheiro (FJP). Eles se referem a 2022. Em números absolutos, o indicador cresceu 4,2% em comparação com 2019.
“O déficit é entendido como as habitações que não atendem às necessidades habitacionais mais básicas. É um indicador que demonstra a incapacidade de acesso da população à habitação com o mínimo de serviços adequados”, explicou o coordenador de habitação e saneamento da FJP, Frederico Poley, destacando que os números não incluem a população em situação de rua.
O pesquisador é o convidado desta semana do podcast Gerais no g1.
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Ocupação Fábio Alves, no Barreiro, em Belo Horizonte
Danilo Girundi / TV Globo
O indicador aponta para a necessidade de substituição ou construção de habitações devido a:
grande precariedade de domicílios, o que inclui os improvisados (nos quais geralmente não é possível distinguir cômodos e faltam serviços básicos, como água, energia elétrica e saneamento) e rústicos (construídos com materiais precários);
ônus excessivo com aluguel (domicílios cujo gasto com aluguel supera 30% da renda);
existência de coabitação (famílias habitando cômodos e unidades domésticas conviventes, com adensamento excessivo).
Dez estados com mais déficit habitacional, em números absolutos
São Paulo – 1.250.419
Minas Gerais – 556.681
Rio de Janeiro – 544.275
Bahia – 440.355
Pará – 357.625
Maranhão – 319.543
Paraná – 289.326
Rio Grande do Sul – 258.275
Ceará – 227.693
Pernambuco – 221.115
Pesquisa
A FJP é responsável pelo cálculo do déficit habitacional do Brasil em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação, do Ministério das Cidades.
O levantamento dos dados de 2022 teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
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