Integrantes da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), os deputados distritais Dayse Amarilio (PSB) e Max Maciel (PSol) realizaram, na manhã desta quinta-feira (27/6), uma blitz surpresa nas dependências do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Os políticos identificaram superlotação, falta de insumos básicos e déficit de pessoal durante a ação.
O hospital operava em bandeira vermelha na clínica médica e na pediatria. Havia pacientes em corredores, sem possibilidade de organização e escala de dimensionamento dos servidores. Dayse e Max encontraram 36 pacientes a mais na emergência, o que é, segundo os políticos, encarado pelas equipes como um dia tranquilo.
Os distritais lamentam que o HRC sempre esteja com a lotação acima do número de leitos oficiais. No entendimento dos deputados, essa situação acaba por precarizar as escalas e fazer com que os servidores sempre estejam com o número de pacientes superior ao que é determinado, gerando risco para o paciente e sobrecarga para os profissionais.
Outro ponto que chamou a atenção foi a constatação que todas as categorias apresentam déficit. Também foi averiguado a falta de transporte, que deixou 37 pacientes sem seus exames. Durante a visita, por exemplo, havia apenas cinco ambulâncias rodando, que precisavam fazer também outros atendimentos. Os políticos apontam que, além da falta de veículos em quantidade adequada para suprir a demanda de atendimentos, ainda há a necessidade de 110 motoristas.
A fiscalização também identificou a falta de insumos básicos como seringas de 20 ml, soro fisiológico de 250 ml e estoque reduzido de luvas que vieram do Hospital de Brazlândia. Além disso, havia falta de medicamentos para o controle da dor dos pacientes, como o tramal, morfina e outros. Os deputados perceberam macas quebradas, amarradas com ataduras e equipamentos sustentados por caixas em corredores e paredes com rachaduras e mofo.
Segundo Dayse Amarilio, as fiscalizações têm sido realizadas com o intuito de averiguar as condições das unidades de saúde, a situação dos profissionais e propor alternativas para o caos que os usuários e trabalhadores da saúde pública do DF vêm enfrentando. “O primeiro passo é averiguar a verdadeira situação da unidade de saúde. Em seguida questionamos o Executivo e na sequência apresentamos soluções para os problemas que afligem tanto os usuários, como os profissionais de saúde”, diz a distrital.
A visita a unidade de saúde foi acompanhada pelo presidente do SindEnfermeiro DF, Jorge Henrique, e pela Consultoria Técnico-Legislativa de Fiscalização, Controle, Acompanhamento de Políticas e Contas Públicas e Execução Orçamentária (Conofis) da CLDF.