Presença do molusco, segundo os responsáveis, tem sido comum na Escola Estadual Alexandrina Santiago Netto, em Praia Grande (SP). Preocupação de familiares está na transmissão de doenças. Caramujo é filmado dentro de sala de aula em escola de Praia Grande (SP)
Um caramujo foi filmado dentro de uma sala de aula em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A presença do animal, de acordo com familiares de alunos, tem sido comum na Escola Estadual Alexandrina Santiago Netto, o que os preocupa devido aos riscos de transmissão de doenças.
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Em nota, a Diretoria de Ensino de São Vicente afirmou que não há infestação do molusco na unidade. A pasta explicou, porém, que o maior número de animais tem relação com o clima na região.
A mãe de uma aluna, de 15 anos, contou ao g1 que o vídeo foi gravado na segunda-feira (27), mas ela já havia reclamado dos caramujos em uma reunião escolar. Na ocasião, de acordo com a mulher, outros responsáveis demostraram preocupação com a saúde dos estudantes e nada foi resolvido.
“O caramujo sobe pela parede, por conta do mato que tem do lado de fora da janela, e entra na sala. Os alunos mesmo pegam uma folha de caderno e tiram [o animal] porque, se deixar, fica lá”, afirmou a mãe, que não quis se identificar.
Caramujo foi filmado dentro de sala de aula em Praia Grande (SP)
Arquivo pessoal e Fernanda Bonilha/g1 (imagem ilustrativa)
A Secretaria de Educação (Seduc) do Estado de São Paulo disse à equipe de reportagem que a dedetização na escola é feita semestralmente. De acordo com a pasta, o mato ao redor da unidade é aparado regularmente, sendo a próxima poda a ser realizada assim que o período de chuva terminar.
A Seduc acrescentou ainda que a unidade de ensino promove ações de conscientização sobre a importância de manter os espaços limpos e os alimentos bem lavados. De qualquer forma, a administração da escola está à disposição dos alunos e responsáveis para mais esclarecimentos.
A Prefeitura de Grande, por sua vez, afirmou que a equipe de Saúde Ambiental fez uma vistoria na escola nesta terça-feira (28) e não encontrou nenhum caramujo. A gestão da unidade de ensino foi orientada em como fazer a coleta e o descarte correto do animal.
Sobre o excesso de lixo destacado pela mãe da aluna, a administração municipal disse que a Secretaria de Serviços Urbanos (Sesurb) realizou a limpeza da área. “A situação só ocorre porque, infelizmente, os moradores insistem em descartar lixo em locais inadequados”, afirmou a pasta.
Especialista explica
Caramujo africano (imagem ilustrativa)
Reprodução/TV Mirante
O biólogo e professor universitário, Jorge dos Santos, explicou ao g1 que a espécie de molusco terrestre vista na escola é conhecida como caramujo africano (Achatina Fulica). Ele afirmou que o animal é comum no litoral de São Paulo e em outras regiões que apresentam calor e umidade.
De acordo com o especialista, os caramujos se alimentam de matéria orgânica em decomposição, como restos de alimentos e fezes de outros animais. Esta espécie de molusco gosta de ambientes urbanos por oferecer abrigo e menor exposição de predadores.
À equipe de reportagem, Jorge afirmou que o caramujo pode causar uma doença chamada Angiostrongiliase. Os sintomas são dores de cabeça, náuseas, vômitos, meningite e paralisia. Em casos graves, leva à morte. Confira os mecanismos de transmissão:
🐌Contato direto com o caramujo ou o muco [fluído que o animal excreta] dele
🚰Ingestão de água e alimentos contaminados pelo o muco do animal
🍖Consumo de carne de animais infectados pelo molusco
🦠Encostar em um local contaminado e levar as mãos sujas até a boca, olhos ou nariz
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