O Brasil alcançou, nesta terça-feira (30/4), a marca de 2.073 mortes por dengue em 2024. Outras 2.291 estão em investigação. A informação consta na mais recente atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses, abastecido com base em dados do Ministério da Saúde.
Esta é a maior quantidade de óbitos confirmados desde o início da série histórica no país, em 2000. O número supera, inclusive, o recorde registrado em todo o ano de 2023 (1.094 mortes).
Nos primeiros quatro meses de 2023, o Brasil tinha 671 mortes, 1.402 a menos do que em 2024 (2.073).
3 Cards_Galeria_de_Fotos (4)
A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
Joao Paulo Burini/Getty Images
***Foto-mosquito-da-dengue.jpg
O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
Joao Paulo Burini/ Getty Images
***Foto-mosquito-da-dengue-2.jpg
A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
Joao Paulo Burini/ Getty Images
***Foto-mosquito-da-dengue-3.jpg
No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles — ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Bloomberg Creative Photos/ Getty Images
***Foto-pessoa-olhando-termometro.jpg
Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
Guido Mieth/ Getty Images
***Foto-pessoa-deitada-em-maca-hospitalar.jpg
No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
Peter Bannan/ Getty Images
***Foto-pessoa-em-frente-a-vaso-vomitando.jpg
Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
Piotr Marcinski / EyeEm/ Getty Images
***Foto-pessoa-sentada-em-cama-de-hospital.jpg
Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
Image Source/ Getty Images
***Foto-pessoa-deitada-no-chao.jpg
Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
Getty Images
***Foto-pessoa-segurando-remedio-nas-maos.jpg
Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
Guido Mieth/ Getty Images
0
Nesta segunda-feira (29/4), o país chegou a 4 milhões de casos prováveis de dengue. Em relação ao número de casos, 2024 (4.127.571) já supera os dois anos que haviam registrado maior quantidade de infectados, até então: 2015, com 1.688.688 diagnósticos, e 2023, com 1.641.278.
O alto volume de casos registrado neste ano tem relação com fatores como as mudanças climáticas e a circulação de mais de um sorotipo do vírus.
Tendências de queda e aumento
Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, 13 estados e o Distrito Federal têm tendência de queda da doença. São eles: Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.
Em estabilidade, são oito: Alagoas, Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Sul.
Cinco têm tendência de aumento: Ceará, Mato Grosso, Pará, Sergipe e Tocantins.
Como combater a proliferação
O Ministério da Saúde estima que cerca de 75% dos focos do vetor da dengue estejam nos domicílios. Confira algumas instruções da pasta para diminuir a proliferação:
mantenha a caixa-d’água bem fechada;
receba bem os agentes da saúde e os de endemias;
amarre bem os sacos de lixo;
coloque areia nos vasos de planta;
guarde pneus em locais cobertos;
limpe bem as calhas de casa;
não acumule sucata e entulho.
Atualmente, todos os quatro sorotipos da doença circulam no país, o que é uma situação considerada “incomum” pela secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
Sintomas
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:
febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal e pode se estender para os olhos;
dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.
Tratamento
O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:
hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (Aines) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, motino pelo qual é contraindicado na dengue.