A família venezuelana que estava no avião que caiu em Vinhedo (SP) na sexta-feira (9/8), e deixou 62 mortos, tinha caído em um golpe dias antes do voo. A mãe Josgleidys Gonzalez, o filho Joslan Perez e a avó Maria Parra estavam na primeira etapa da viagem que iam fazer de volta para a Venezuela. O menino tinha 4 anos.
A informação sobre o golpe foi relatado nas redes sociais pela vizinha das vítimas Thaiza Evangelista. “Josgle, no sábado, caiu em um golpe na internet e perdeu todo o dinheiro pelo período em que trabalhou no Super Muffato [rede de supermercados] ficando, inclusive, sem alimentos para essa última semana”, contou a mulher.
Segundo a vizinha, ela e outros moradores se juntaram e arrecadaram um valor que desse para a compra de alimentos até a data do embarque da família (sexta) e um pouco de dinheiro para levarem na viagem.
“Eu e meus vizinhos nos reunimos e juntamos uma quantia para que fizessem compras de alimentos para até o dia de hoje e o restante do valor levaria na viagem”, afirmou Thaiza.
A vizinha contou que a mãe fazia de tudo pelo filho e que ao ver ele chorando por saber que teria que deixar seu animal de estimação para viajar, “não mediu esforços para levar a Luna [nome do animal] na viagem”.
“Apesar do pouco dinheiro que tinha não hesitou em pagar R$ 200 de taxa para que ela fosse com eles”, relatou a vizinha.
Como mostrou o Metrópoles, um vídeo gravado horas antes do voo mostra Joslan brincando com a cachorrinha Luna. Nas imagens, os dois correm em um quintal e brincam com uma bola.
Thaiza disse que um familiar das vítimas está indo para São Paulo (SP) para fazer os trâmites legais.
Veja vídeo:
O avião de prefixo PS-VPB saiu de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e chegada prevista para as 13h50. Nos momentos finais do voo, a aeronave caiu aproximadamente 4 mil metros em cerca de 1 minuto, segundo informações da plataforma de monitoramento de aeronaves Flightradar.
Este foi o quinto maior acidente aéreo da história no país. Peritos da Aeronáutica e da Polícia Federal (PF) investigam o que levou a aeronave a perder velocidade a tal ponto de as asas ficarem sem pressão aerodinâmica, mas não há previsão para a conclusão das investigações, que podem durar até um ano.
Recolhimento de corpos segue no local
Até o início da noite deste sábado (10/8), 56 corpos foram resgatados dos destroços da aeronave ATR-72, da Voepass, que caiu na tarde de sexta-feira (9/8) em Vinhedo, no interior de São Paulo. Na queda, as 62 pessoas a bordo morreram. Restam, no local, 6 corpos das vítimas do acidente aéreo.
No total, 37 já foram levados ao IML central de São Paulo. Os demais estão sendo transferidos com o apoio de viaturas da Polícia Rodoviária Estadual. Cerca de 50 profissionais estão envolvidos na operação, entre bombeiros e peritos.
Mesmo com tempo firme, os bombeiros têm encontrado, cada vez mais, dificuldades na parte final do resgate dos corpos.
A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou as primeiras imagens das caixas-pretas recuperadas do avião. Os gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixa-preta, foram transferidos para o laboratório Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília, neste sábado (10/8). Agora, os investigadores trabalham na preparação, extração e degravação dos dados.
