O empresário bilionário Jared Isaacman, um veterano astronauta privado com fortes laços com Elon Musk e sua empresa de foguetes SpaceX, foi nomeado pelo novo governo Trump para servir como o próximo administrador da NASA, disse o presidente eleito em um comunicado na quarta-feira.
Se confirmado, Isaacman, 41, seria o quinto administrador da NASA com experiência em voos espaciais, substituindo o ex-senador democrata Bill Nelson, que voou para a órbita a bordo do ônibus espacial Columbia no início de 1986.
“Estou muito satisfeito em nomear Jared Isaacman, um líder empresarial talentoso, filantropo, piloto e astronauta, como administrador da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço”, disse Trump em um comunicado em sua plataforma de mídia social, Truth Social.
“A paixão de Jared pelo espaço, a experiência de astronauta e a dedicação em ultrapassar os limites da exploração, desvendar os mistérios do universo e promover a nova economia espacial, o tornam ideal para liderar a NASA em uma nova era ousada.”
Isaacman fundou uma empresa de processamento de pagamentos, mais tarde chamada Shift4 Payments, enquanto estudante do ensino médio. Ele fretou a primeira missão americana de “turismo espacial” puramente comercial e totalmente civil – Inspiration4 – em setembro de 2021, pagando à SpaceX uma quantia não revelada para lançá-lo e a três outros civis em um voo de dois dias e 23 horas.
Ele voou para o espaço novamente em setembro passado, comandando a primeira das três missões planejadas da SpaceX “Polaris”, registrando quase cinco dias no espaço em um voo que levou a tripulação mais longe da Terra do que qualquer astronauta desde o programa lunar Apollo. Isaacman também se tornou o primeiro cidadão privado a realizar uma caminhada espacial.
Ele está programado para liderar outra missão Polaris a bordo de uma cápsula SpaceX antes de liderar a primeira tripulação ao espaço a bordo do gigantesco foguete Super Heavy-Starship do construtor de foguetes da Califórnia.
As datas não foram anunciadas para nenhuma dessas missões e ainda não está claro que impacto a nomeação para liderar a NASA terá nesses voos, se Isaacman ainda pretende voar a bordo de um ou ambos ou que tipo de influência sua amizade com Musk pode ter na direção futura da NASA.
Mas Isaacman, um piloto habilidoso que pilota seu próprio caça MiG-29, deixou claro em um comunicado após o anúncio de Trump que a NASA pode esperar que ele seja um defensor vocal do espaço que ajudará a “inaugurar uma era em que a humanidade se tornará uma verdadeira civilização espacial”.
“Com o apoio do presidente Trump, posso prometer a vocês o seguinte: nunca mais perderemos nossa capacidade de viajar para as estrelas e nunca nos contentaremos com o segundo lugar”, disse Isaacman. Vamos inspirar as crianças, suas e minhas, a olhar para cima e sonhar com o que é possível. Os americanos caminharão na Lua e em Marte e, ao fazê-lo, tornaremos a vida melhor aqui na Terra.”
Ele disse que seria a “honra de uma vida servir nesta função e trabalhar ao lado da equipe extraordinária da NASA para realizar nossos sonhos compartilhados de exploração e descoberta”.
Jim Bridenstine, antecessor de Nelson no comando da NASA, ajudou a dar o pontapé inicial no programa lunar Artemis da agência durante o primeiro governo Trump.
Ele disse em um comunicado na quarta-feira que “a visão de Jared para ultrapassar limites, combinada com seu histórico comprovado de sucesso na indústria privada, o posiciona como um candidato ideal para liderar a NASA em uma nova era ousada de exploração e descoberta. Peço ao Senado que o confirme rapidamente.
A nomeação de Isaacman ocorre enquanto a NASA luta para manter o programa Artemis nos trilhos em meio a orçamentos apertados e o que o próprio inspetor-geral da agência chama de custos “insustentáveis” do foguete lunar Space Launch System – SLS – da NASA.
Os defensores da SpaceX argumentam que o foguete Super Heavy Starship, mais poderoso e totalmente reutilizável da empresa, é a escolha óbvia para a exploração do espaço profundo, mas o enorme foguete está longe de estar operacional, com apenas meia dúzia de voos de teste suborbitais em seu crédito.
O SLS, por outro lado, é considerado operacional por ter concluído um voo de teste inicial em novembro de 2022, enviando uma cápsula Orion não tripulada ao redor da lua e de volta. Mas, ao contrário do Super Heavy-Starship, o SLS é um booster descartável e descartável que deve custar mais de US $ 2 bilhões cada nos primeiros voos.
A NASA está atualmente se preparando para lançar três astronautas da NASA e um piloto canadense em uma missão SLS-Orion – Artemis 2 – no final do próximo ano. Mas problemas com o escudo térmico do primeiro Orion e outros problemas ameaçam empurrar o voo Artemis 2 para 2026, anos além das expectativas iniciais.
Ainda não está claro quando a missão Artemis 3, a primeira a transportar astronautas para um pouso perto do pólo sul da lua, pode ser viável.
Mas esse voo contará com um módulo lunar construído pela SpaceX, uma variante do estágio superior Starship da empresa. A SpaceX realizou seis voos de teste da Super Heavy-Starship totalmente reutilizável até o momento, mas ainda não colocou o estágio superior da Starship em órbita ou o derrubou para um pouso intacto.
Dado o cronograma de testes rápidos da empresa, a maioria dos observadores acredita que a SpaceX fará com que a Super Heavy-Starship funcione conforme planejado em um futuro próximo, mas dezenas de voos de teste serão necessários para demonstrar a segurança e a confiabilidade exigidas pela NASA para colocar astronautas a bordo.
E a missão lunar apresenta desafios únicos.
Para a missão de pouso inicial, vários voos de “navios-tanque” Super Heavy serão necessários para reabastecer o módulo lunar em órbita baixa da Terra antes que ele possa ser enviado para a lua. Uma vez em órbita lunar, aguardará a chegada da tripulação da Artemis 3, lançada a bordo de uma cápsula Orion por um foguete SLS.
Depois de embarcar no módulo de pouso da Starship, dois astronautas desceriam à superfície, realizariam a exploração planejada da missão e, em seguida, voltariam para a órbita de Orion para a viagem de volta à Terra.
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