Na reunião que teve com Lula na terça-feira (27/8) sobre o estádio do Flamengo, Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, disse ao presidente que resolver o imbróglio com a Caixa Econômica Federal sobre o terreno, no Centro da cidade, é importante para a sua reeleição.
Segundo interlocutores do prefeito, Paes contou a Lula que assumiu um compromisso com a torcida do Flamengo e, tanto ele quanto o deputado Pedro Paulo, estão sendo pressionados quanto a prazos.
Paes é o candidato de Lula no Rio de Janeiro. O PT, inclusive, tentou arduamente emplacar o vice na chapa, mas o prefeito optou por uma composição “puro sangue”, com um aliado do mesmo partido, o PSD.
Ao fim da reunião, ainda de acordo com os interlocutores do Prefeito, o sentimento era de que um acordo está próximo. A sensação passada era que Lula não estava muito inteirado sobre o assunto e se dispôs a ajudar. E um indício de que as coisas irão se resolver, do ponto de vista da prefeitura, foi uma postagem nas redes do presidente logo após o encontro, com uma foto da reunião.
Nesta quinta-feira (29/8), técnicos da prefeitura voltaram a se reunir com o governo federal. E de acordo com o próprio Paes, a negociação avançou “muitas casas”.
Caixa e Prefeitura do Rio estão em um cabo de guerra por causa do terreno. A princípio, a ideia era o Flamengo comprar a região do Gasômetro, mas a negociação não avançou. Paes, então, desapropriou o terreno, lançou um edital de leilão e o Flamengo o arrematou.
Um pagamento de R$ 138 milhões foi feito dias após o leilão. Um outro depósito, esse de R$ 7,8 milhões, foi feito há poucos dias, após uma perícia determinar que havia essa diferença no valor.
A Caixa está contrariada e alega que está levando prejuízo com todo esse trâmite e quer brigar na Justiça. O terreno pertencia a um fundo de investimentos gerido pelo banco e que envolve recursos do FGTS.
A prefeitura, por outro lado, afirma que não há prejuízo algum, pelo contrário. E reforça que o estádio na região trará benefícios para a cidade. Na reunião com Lula, Paes chegou a dizer que a Caixa estava tratando-o como inimigo.
