O dólar fechou esta quinta-feira (14/11) em leve queda de 0,01%, a R$ 5,78. A moeda americana acumula alta de 0,91% na semana e um ganho de 19,31% no ano.
No centro da oscilação está o aguardado pacote de cortes do governo. O mercado especula que avanços nas negociações podem levar a um corte de até R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. Há expectativa de que o pacote seja divulgado após o encontro do G20, que ocorre no começo da próxima semana.
Hoje, o mercado financeiro melhorou a projeção para as contas públicas em 2024, mas segue prevendo um déficit (ou seja, um rombo) de R$ 62 bilhões neste ano. A meta de resultado primário para o ano é de déficit fiscal zero, com receitas equiparadas às despesas. Portanto, a projeção segue distante da meta.
Os números foram divulgados no Prisma Fiscal, relatório produzido pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda a partir de estimativas das instituições financeiras.
Estabilização fiscal
Durante palestra no 12° Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a enfatizar a necessidade de um “programa de estabilização fiscal grande” no Brasil. Segundo ele, todos os momentos em que a taxa Selic ficou mais baixa estão associados a choques positivos na política fiscal.
“É muito difícil ter juros estruturais mais baixos se o fiscal não estiver organizado. Se a gente não entender que o ajuste fiscal precisa ser feito na parte de gastos, acaba interditando o debate e fazendo com que o prêmio de risco fique maior por mais tempo”, afirmou Campos Neto
Para Campos Neto, a eleição de Donald Trump deve ter um impacto menor no Brasil em comparação com outros emergentes, como China e México. “Obviamente, um dólar mais forte vai afetar os países de mercados emergentes, mas a minha visão é de que o Brasil seria menos afetado”, afirmou.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, subia 0,15%, aos 127.922 pontos, por volta das 17h.
