Presidente venezuelano evitou responsabilizar o brasileiro e creditou decisão ao Itamaraty durante programa em TV pública, nesta segunda-feira (28). Presidentes Lula e Maduro durante encontro em Brasília, em maio de 2023.
Ueslei Marcelino/Reuters
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (28) que vai esperar o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se pronunciar sobre o veto do governo brasileiro que bloqueou a entrada do país vizinho no Brics, informou a Agência France-Presse (AFP).
“Prefiro esperar que Lula observe, esteja bem informado sobre os acontecimentos, e que ele, como chefe de Estado, em seu momento, diga o que tem que dizer”, afirmou Maduro, em seu programa semanal na TV pública.
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Maduro evitou responsabilizar Lula diretamente pelo veto e mirou nos funcionários da chancelaria brasileira.
“O Itamaraty tem sido um poder dentro do poder no Brasil há muitos anos. Sempre conspirou contra a Venezuela. É uma chancelaria muito ligada ao Departamento de Estado americano, desde a época do golpe de Estado contra João Goulart”, disse Maduro.
Antigo aliado de Maduro e de seu antecessor Hugo Chávez, Lula distanciou-se do presidente venezuelano após a reeleição polêmica em julho, que a oposição venezuelana denunciou como fraudulenta.
O veto respondeu a uma “quebra de confiança”, explicou o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência, ao jornal O Globo, segundo a agência.
No sábado (26), o procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, questionou o acidente doméstico sofrido por Lula, que chamou de “álibi” para justificar a ausência do brasileiro na reunião do bloco. “Não me pronuncio sobre esse tema. Cabe aos médicos e ao presidente Lula falar”, afirmou Maduro.
“Devemos esperar resultados dos nossos próprios esforços, nunca depender de ninguém, seja quem for. Não dependemos do Brasil para nada, nem de ninguém”, ressaltou o presidente venezuelano, que indicou que continuará insistindo na entrada da Venezuela no Brics.
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