Eurípedes Júnior, presidente do Solidariedade e ex-Pros, se entregou à Polícia Federal (PF) na manhã deste sábado (15/6), após ficar foragido desde quarta-feira (12/6). Ele permanecerá sob custódia até liberação para ingresso no sistema penitenciário.
Eurípedes, segundo a PF, é alvo da operação Fundo do Poço, sobre uma organização criminosa que teria desviado e se apropriado de recursos do fundo partidário nas eleições de 2022, destinados a um partido político.
Ao menos seis pessoas já foram presas e há expectativa para colher depoimentos ainda nesta tarde.
Agentes da PF procuraram, na última quarta-feira, por Eurípedes na residência dele e no aeroporto de Brasília, uma vez que ele havia marcado uma viagem para São Paulo, mas a busca acabou sem sucesso. Ele chegou a entrar na lista de mais procurados da Interpol.
Em nota (leia a íntegra no fim da reportagem), a defesa de Eurípedes Jr. ressaltou que o político se apresentou “voluntariamente” à PF “para permitir o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido em seu desfavor”. Os advogados afirmam que o cliente se declara inocente.
O comunicado oficial ao que o Metrópoles teve acesso ainda diz que o presidente do Solidariedade “demonstrará perante a Justiça não só a insubsistência dos motivos que propiciaram a sua prisão preventiva, mas ainda a sua total inocência”.
A operação da PF
Uma denúncia feita por um ex-dirigente do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), hoje integrado ao Solidariedade, contra outro cabeça da sigla deu origem a uma investigação da Polícia Federal, que culminou na Operação Fundo do Poço.
Na Fundo do Poço, a PF cumpriu sete mandados de prisão e 45 de busca e apreensão. Entre os alvos da operação estão a tesoureira do Solidariedade no Distrito Federal, Cintia Lourenço da Silva, e Alessandro Sousa da Silva, conhecido como Sandro do Pros.
A investigação da corporação indicou a existência de uma organização criminosa “estruturalmente ordenada”, com a análise de Relatórios de Inteligência Financeira e da prestação de contas de supostos candidatos.
Cerca de R$ 36 milhões teriam sido desviados do fundo partidário na época em que Eurípedes era presidente do antigo Pros.
O grupo criminoso seria responsável por desviar e se apropriar de recursos do fundo partidário e eleitoral, “utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido”.
Íntegra da nota dos advogados de Eurípedes
O texto é assinado por José Eduardo Cardozo e Fabio Tofic Simanthob. Confira:
1- Após ter se licenciado do exercício das suas funções de dirigente partidário, o Sr. Eurípedes Gomes Macedo Júnior, voluntariamente, apresentou-se à Polícia Federal do Distrito Federal, para permitir o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido em seu desfavor.
2- Os advogados que integram a sua defesa afirmam que o Sr. Eurípedes Gomes de Macedo Júnior demonstrará perante a Justiça não só a insubsistência dos motivos que propiciaram a sua prisão preventiva, mas ainda a sua total inocência em face dos fatos que estão sendo apurados nos autos do inquérito policial em que foi determinada a sua prisão preventiva.
Brasília, 15 de junho de 2024