Caso envolvendo gato que ‘atacou’ a tutora e colocou medo na família ganhou repercussão nas redes sociais. Tutora teve braços e pernas ‘rasgados’ durante ‘ataque’ do gato em casa
Arquivo Pessoal
O gato Thor, que atacou a tutora e fez a família se ‘esconder’ dele dentro da própria casa, tornou-se um dos personagens comentados na internet brasileira. No ‘X’ [antigo Twitter], internautas criaram dezenas de memes sobre a situação, entre eles, o animal sendo usado como ‘estratégia’ para o Brasil vencer nos Jogos Olímpicos e até um pedido para a participação dele em um reality show.
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O felino tem sete anos e vive em São Vicente (SP) com a tutora, Luciana Nascimento, de 49, e as duas filhas dela, de 22 e 16 anos. Além dele, a família tem uma gatinha de estimação: Nina, de quatro anos. Segundo elas, o animal apresenta comportamento agressivo desde o primeiro ano, tendo sido adotado com apenas 10 dias.
‘Viralizou’
🙀 Thor nas Olimpíadas de Paris? Pouco antes do jogo entre Brasil e Estados Unidos, válido pelo basquete masculino, um internauta brincou com a situação e citou que o gato poderia ser colocado no vestiário dos adversários, fazendo a Seleção Brasileira vencer por W.O. (veja abaixo)
Internautas criam memes com Thor, o gato que atacou a dona e fez a família de ‘refém’ em casa
Reprodução/X
📺Thor na TV? Outro internauta fez um ‘pedido’ para que o felino fosse chamado para participar de um reality show (veja abaixo).
Internautas criam memes com Thor, o gato que atacou a dona e fez a família de ‘refém’ em casa
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😼E se Thor fosse ‘gigante’?
Internautas criam memes com Thor, o gato que atacou a dona e fez a família de ‘refém’ em casa
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🧠Pensamentos em Thor…
Internautas criam memes com Thor, o gato que atacou a dona e fez a família de ‘refém’ em casa
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😻Thor ganhou seguidores
Internautas criam memes com Thor, o gato que atacou a dona e fez a família de ‘refém’ em casa
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🤔Raiz ou Nutella?
Internautas criam memes com Thor, o gato que atacou a dona e fez a família de ‘refém’ em casa
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Tutora e a repercussão
Ao g1, Luciana Nascimento disse que ainda não se recuperou do susto e tampouco conseguiu esquecer a cena do ‘ataque’. No entanto, ela ressaltou o carinho que nutre pelo animal.
“Sei que amo o Thor, nunca maltratei ele, inclusive sempre o tratei da melhor forma”, explicou.
Sobre a repercussão do caso, a mulher afirmou ter recebido mensagens de pessoas com “boas e más intenções”. Apesar disso, ela afirmou que a prioridade é encontrar uma solução positiva para o comportamento do animal.
Comportamento é ‘de família’?
Segundo o veterinário Rafael Joga, especialista em comportamento animal, os traços de agressividade nas atitudes de Thor podem ter relação com as características dos parentes dele. “Pais agressivos tendem a gerar filhos também agressivos”, explicou.
O profissional acrescentou que, atualmente, a “grande preocupação com a compra de animais e a boa escolha de um determinado canil ou gatil” se baseia nas características comportamentais de pais, avós e tataravós dos animais.
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Quem é o Thor? 🐱
Idade: 7 anos
Adotado: com 10 dias
Comportamento agressivo: a partir de 1 ano
Thor atacou a tutora, que ficou com os braços e pernas ‘rasgados’, em São Vicente (SP)
Arquivo Pessoal
Thor foi adotado pela família em 2017. Segundo apurado pelo g1, a filha mais nova da tutora do animal queria muito um gato. À época, Luciana tinha uma amiga que era protetora de animais e conhecia uma pessoa que tinha uma gata que tinha dado à luz.
O primeiro ataque ocorreu na Copa do Mundo de 2018. A família acredita que o barulho e a quantidade de pessoas dentro da casa, na ocasião, tenham assustado o animal, que não apresentou nenhum comportamento agressivo antes disso.
Outros três ataques ocorreram com faxineiras e a própria Luciana no momento em que usavam cloro para limpar a casa. A tutora parou de usar o produto, mas os ataques seguintes passaram a ser repentinos e sem motivos.
Não há precisão de quantos ataques Thor já tenha praticado, pois em muitas vezes mordia ou agarrava a perna das pessoas e saia correndo logo em seguida. O último ataque a Luciana foi o pior, mas não o único. Ele já havia sido agressivo de forma semelhante ao menos outras 10 vezes.
A tutora e as filhas tentaram diversas opções de tratamento para acalmar Thor, inclusive adotaram uma fêmea, por recomendação de um dos especialistas, porém ele passou a machucar Nina e foi necessário separá-los para preservar o bem-estar de ambos.
Nova tentativa de ataque
Thor atacou a tutora, que ficou com os braços e pernas ‘rasgados’, em São Vicente (SP)
Arquivo Pessoal
Após o último ataque, Thor passou a ficar no maior quarto da casa, que tem banheiro e sacada, sem acesso aos demais cômodos. No entanto, a família ficou com dó e resolveu soltá-lo, e ele tentou um novo ataque. Mãe e filhas conseguiram fugir e se esconder.
Agora, o gato está na área de serviço da casa. Ele foi sozinho para o cômodo após avançar nas tutoras. No local, elas colocaram caixas de areia e têm dado comida e água por meio uma janela, enquanto pensam como resolver a situação.
O maior medo da família é que alguém o maltrate. “Apesar de todos os ataques, nunca encostamos um dedo nele que não seja para carinho. Nunca nem o ameaçamos com qualquer tipo de objeto. Não seríamos capazes de agredi-lo, mesmo com tudo isso”, contou Luciana.
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Esperança de mudança
A tutora garantiu que sente amor por Thor, apesar dos ataques. Ela afirmou, inclusive, ter esperança de encontrar um tratamento que ajude na mudança de comportamento do gato, algo não seja a eutanásia [tirar a vida dele].
“Todos falam que só ajudariam se ele estivesse na rua, o que é um absurdo porque, assim como a gente, ele também está sofrendo”, disse Luciana, se referindo a instituições e órgãos voltadas aos cuidados a animais.
“Queremos ajudá-lo e não temos apoio de ninguém. Até os veterinários não entendem a situação”, finalizou a tutora.
Entenda o caso
Gato ‘atacou’ tutora que servia comida para ele em São Vicente (SP)
Arquivo Pessoal
Ao g1, Luciana recordou o momento do ataque. “A casa [ficou] ensanguentada, e eu praticamente desmaiando por conta da dor”, lembrou ela, que mantém as filhas em cômodos separados do gato. “Preservação da minha vida e da minha família”, disse.
Apesar da situação, ela busca um desfecho positivo para o animal. “Amo o Thor. Nosso convívio é de sete anos. Estou totalmente abalada física e emocionalmente”, desabafou ela.
“Mesmo sendo ‘perigoso’, por ele ter me atacado e machucado algumas vezes, fico de mãos atadas”, explicou ela. “Não quero me desfazer dele e nem tenho como fazer isso porque ninguém ficaria [com o animal], uma vez que soubesse da agressividade”.
Psiquiatra felino
Especialista em psiquiatria felina, o médico veterinário Guilherme Dornellas explicou que, para evitar situações do tipo, o tutor deve ‘estimular’ o animal desde cedo, criando espaços para ele brincar, dormir e até se esconder, com o objetivo de “ter a sensação de segurança e diminuir os níveis de estresse”.
Dornellas acrescentou que o comportamento dos felinos pode ser estimulado por meio de brincadeiras, “priorizando o uso de objetos, como varinhas, bolinhas de papel e até laser para pessoas com menor mobilidade”.
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Arquivo Pessoal
O profissional ressaltou a importância dos ‘arranhadores’ para esses pets. “Ao invés de brigar com o gato que está afiando a unha no sofá, proporcione [os itens] que protejam os móveis […]. Esse é um comportamento natural e que ajuda a aliviar o estresse”.
Por fim, ele afirmou que, antes da eutanásia, o tutor deve procurar um veterinário especialista em felinos. “Não que os outros sejam ruins, mas assim como a medicina humana, a veterinária também tem muitas especialidades e profissionais qualificados para todo tipo de caso”.
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