O senador Magno Malta (PL-ES) citou a a boxeadora argelina Imane Khelif para pedir que o Senado brasileiro faça um voto de repúdio ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.
No requerimento, Malta diz que Khelif foi reprovada em testes de gênero e fala em “disputa desigual e desproporcional entre atletas transgênero ou intersexuais” para pedir o repúdio.
Ele ainda menciona a desistência da boxeadora italiana Angela Carini em uma luta nos jogos olímpicos de Paris na quinta-feira (1º/8) supostamente por causa da condição da adversária argelina, algo inverídico.
“O ocorrido é uma prova inequívoca das consequências nefastas de uma disputa desigual e desproporcional entre atletas transgêneros ou intersexuais e femininas em uma mesma competição”, afirma Malta no requerimento.
A boxeadora argelina citada pelo senador brasileiro não é transexual. Khelif é uma mulher cisgênero — ou seja, se identifica com o gênero do seu nascimento — com alto nível de testosterona no organismo.
COI nega irregularidade
O Comitê Olímpico Internacional, que organiza as Olimpíadas, já negou que Khelif e a taiwanesa Lin Yu-Ting sejam atletas trans. O órgão reforçou que ambas já competiram com outras mulheres, inclusive na disputa em Tóquio.
“Elas perderam e venceram contra outras mulheres através do tempo e precisamos deixar muito claro, isto não é uma questão transgênero. Sei que sabem disso, mas houve alguns erros de reportagem, é muito importante dizer que não é uma questão de transgêneros ” disse o porta-voz do COI, Mark Adams.