Lucas Gabriel Lourenço Correa de Lima, de 5 anos, tem diversas doenças. A justiça já determinou o fornecimento da medicação pelo Governo de São Paulo. Lucas Gabriel Lourenço Correa de Lima mora em Praia Grande e luta por medicamento à base de canabis
Arquivo Pessoal
Um menino de 5 anos tem enfrentado aproximadamente 15 convulsões diárias enquanto aguarda a chegada de um medicamento à base de cannabis para controlar as crises, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. A Justiça ordenou que o Governo de São Paulo forneça o Canabidiol Easelabs, mas a família ainda não recebeu a medicação.
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“Se eu tivesse condições de comprar, eu não estaria pedindo para o estado […]. É humilhante, um descaso, é muito triste se humilhar por uma coisa que é direito dele”, desabafou a mãe da criança, Rosana dos Santos Barreto Lourenço, de 38 anos.
Diagnosticado com paralisia cerebral, hidrocefalia multiloculada, epilepsia de difícil controle, disfagia neurológia (dificuldade de deglutir ou de engolir) e infecção urinária de repetição, Lucas Gabriel Lourenço Correa de Lima já passou por diversos procedimentos e hoje vive acamado, dependendo de sondas e cuidado integral da mãe, que parou de trabalhar para se dedicar ao filho.
Ao g1, Rosana informou que a criança toma diversas medicações por dia e, no ano passado, começou tratamento com o canabidiol produzido em um laboratório de São Vicente. No entanto, ele perdeu o efeito e, em maio deste ano, o médico decidiu que o medicamento deveria ser substituído pelo Canabidiol Easelabs, cujo custo mensal de aquisição passa de R$ 1 mil.
Sem recursos para adquirir o remédio, a advogada da família, Erika Domingues Gama, acionou a Justiça. No fim de junho, a Vara do Júri, das Execuções Criminais e da Infância e Juventude da Comarca de Praia Grande concedeu uma liminar obrigando o estado a fornecer o medicamento ou outro similar para o tratamento de Lucas.
O estado se manifestou pedindo 30 dias para cumprimento da liminar, mas o prazo passou e Lucas segue sem o remédio. “Já passou o prazo inicial da liminar e a prorrogação solicitada (que não chegou a ser deferida, só foi passando). Enquanto isso, a criança segue tendo convulsões”, explicou a advogada Erika.
Segundo Rosana, o menino tem em média 15 convulsões por dia. “Ele está dormindo e acorda tendo convulsões, toma dieta e convulsiona, a gente está brincando com ele e convulsiona. É uma emendada na outra”, lamentou a mãe, que se vê de mãos atadas em relação ao filho.
“A gente fica desesperado […]. É muito triste ver o seu filho assim tendo essas convulsões, você não sabe o que fazer”, disse Rosana.
Procurados pelo g1, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e a Secretaria de Saúde do Governo de São Paulo não se manifestaram até a publicação desta matéria.
Lucas Gabriel Lourenço Correa de Lima vive acamado em Praia Grande (SP)
Arquivo Pessoal
Quadro de saúde
De acordo com Rosana, a gravidez de Lucas foi normal, com todo tratamento pré-natal. Durante o nascimento, a família também teve alta normalmente, no entanto, o bebê não conseguia mamar e chorava muito. Por isso, a família buscou ajuda médica em uma unidade de saúde, que não constatou nada.
Um mês depois, Rosana procurou atendimento em outra unidade e a médica desconfiou do tamanho da cabeça do bebê, encaminhando o paciente para o Hospital Irmã Dulce, onde foi descoberta a hidrocefalia.
O bebê ficou um ano na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sofreu dois Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e desenvolveu meningite bacteriana. De lá para cá, foram descobertos problemas renais crônicos devido uma má formação congênita e o quadro do menino foi complicando ano a ano.
“O Lucas é um menino muito muito forte. Teve muitos problemas, muitas complicações”, finalizou Rosana.
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