Presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) disse, nesta terça-feira (2/1), ser “extemporânea” discutir se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será o candidato do partido nas eleições de 2026. Mais cedo, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou ao jornal O Globo haver “consenso” em torno do nome do chefe do Executivo.
“Acho extemporânea a discussão sobre a sucessão do presidente Lula. Nós precisamos fazer com que tudo dê certo, porque é isso que vai garantir a sucessão, inclusive a reeleição de Lula na próxima eleição”, rebateu Gleisi ao O Globo.
“Temos de entregar resultados ao povo brasileiro. Foi para isso que a gente elegeu o presidente Lula, e fizemos o enfrentamento que fizemos ao longo desse tempo”, destacou.
A presidente da sigla também negou que a resolução do PT apontou apenas erros em 2023. “Não tem uma linha que fale isso, muito pelo contrário”, comentou. Haddad havia dito ao jornal ser “curioso” ver aplausos às medidas econômicas do governo e críticas a ele.
“Então, ou está tudo errado ou está tudo certo. Tem uma questão que precisa ser resolvida, que não sou eu que preciso resolver. Não dá para celebrar Bolsa, juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala ‘está tudo errado, tem que mudar tudo’”, argumentou Haddad.
Gleisi alegou que, em meio aos esforços do ministro com o Congresso para aprovar a agenda econômica no fim do ano, ele “talvez não tenha tido a ocasião de ler integralmente a resolução do Diretório Nacional do PT”.
A presidente do partido revelou ainda não ter conversado com Haddad, porque não está em Brasília. “Quando eu voltar, não tem problema nenhum, é conversando que a gente se entende, inclusive falando as coisas”, pontuou.
O que Haddad disse
Em entrevista publicada nesta terça, Haddad falou do “consenso” dentro do PT e da base aliada para a candidatura de Lula em 2026. “Na minha opinião, é uma coisa que está bem pacificada. Não se discute”, disse.
“O Lula foi três vezes presidente. Provavelmente, será uma quarta”, completou.
Apesar disso, o ministro demonstrou preocupação com quem sucederá o chefe do Executivo.
“Ao mesmo tempo que é um trunfo ter uma figura política dessa estatura por 50 anos à disposição do PT, também é um desafio muito grande pensar o day after. Eu não participo das reuniões internas sobre isso. Mas, excluído 2026, o fato é que a questão vai se colocar”, previu.