Presidente iraniano morreu em queda de helicóptero ocorrido no domingo (19). Constituição determina cargo seja assumido pelo 1º vice-presidente, Mohammad Mokhber, e que novas eleições sejam convocadas em até 50 dias. vice-presidente Mohammad Mokhber
O vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, que deve assumir o Executivo após acidente com presidente iraniano – Foto: Associated Press
Com a morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi numa queda de helicóptero neste domingo (19), o primeiro-vice-presidente Mohammad Mokhber é quem deve assumir o cargo.
A sucessão, entretanto, só ocorre com a aprovação do líder supremo, Ali Khamenei, que tem a palavra final em todos os assuntos de Estado.
O governo do vice é transitório. A Constituição do Irã estabelece que um conselho composto pelo vice-presidente, pelo presidente do Parlamento e pelo chefe do poder Judiciário deve organizar eleições para a escolha em até 50 dias.
Raisi foi eleito presidente em 2021 e tinha mandato até 2025.
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Mohammad Mokhber tem 69 anos e nasceu na cidade de Dezful, a cerca de 680 km de Teerã.
Antes de assumir o cargo de primeiro-vice-presidente, Mokhber chefiava a Execução da Ordem do Imam Khomeini (EIKO, na sigla em inglês), uma organização paraestatal que tem participação em quase todos os setores da economia iraniana e é supervisionada diretamente pelo líder supremo Ali Khamenei.
Em 2021, pouco antes da eleição, Mokhber foi alvo de sanções do governo do Estados Unidos por conta da sua participação na Eiko.
Segundo os EUA, a organização viola sistematicamente os direitos de dissidentes políticos, minorias religiosas e iranianos exilados, por meio do confisco de propriedades.
Mokhber afirma que que a Eiko tem como função implementar uma economia de resistência.
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Quem é Ebrahim Raisi, presidente do Irã
Ebrahim Raisi, de 63 anos, foi eleito em 1º turno em 2021 para um mandato de 4 anos, numa eleição com abstenção recorde e da qual vários adversários foram impedidos de participar pelo Conselho de Guardiães da Constituição.
Ultraconservador e partidário declarado do regime atual do país, ele é considerado um protegido e potencial sucessor do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
Na década de 1980, Raisi participou das chamadas comissões da morte, que levaram à execução de cerca de 5 mil militantes opositores que se voltaram contra o regime dos aiatolás.
Sob seu governo, em 2022 mais de 500 manifestantes foram mortos durante protestos por conta da morte da jovem Mahsa Amini, presa por não usar o véu adequadamente o véu em local público, segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana).
Na ocasião, Raisi afirmou que o Irã deveria “lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e tranquilidade do país”.
No plano internacional, o Irã viveu um escalada de tensão com Israel que, em 1º de abril, matou 7 membros da Guarda Revolucionária num ataque à embaixada iraniana na Síria. Em resposta, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que retaliou em 18 de abril.
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