A prisão do bicheiro Rogério de Andrade pelo assassinato de Fernando Iggnacio, em novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, foi possível porque o Ministério Público do Rio de Janeiro chegou a um novo personagem.
O esforço de investigação do MPRJ foi após o Supremo Tribunal Federal trancar o inquérito que o investigava como mandante do assassinato de Ignnacio — a propósito, o bicheiro Rogério Andrade coleciona decisões favoráveis de Kassio Nunes Marques.
Rogério de Andrade foi preso em casa, na Barra da Tijuca. De acordo com o MPRJ, ele, mandante do crime, atuou em parceria com um comparsa, que atuou no monitoramento da vítima.
Os mandados da operação, batizada de Último Ato, foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri e estão sendo cumpridos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e em Duque de Caxias.
Em março de 2021, o MPRJ denunciou Rogério de Andrade pelo mesmo crime. Mas, em fevereiro de 2022, após decisão de Kassio Nunes Marques, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, trancar a ação penal contra o contraventor, alegando falta de provas que demonstrassem seu envolvimento no crime como mandante.
Agora, o MPRJ afirma ter identificado não só sucessivas execuções protagonizadas pela disputa entre Fernando Ignnacio e Rogerio Andrade, mas também a participação de uma outra pessoa no homicídio de Ignnacio: Gilmar Eneas Lisboa, que teria sido o responsável por monitorar a vítima até o momento do crime. Lisboa também é alvo de um mandado de prisão hoje.
Rogério Andrade é sobrinho de Castor de Andrade, o mais poderoso bicheiro que o Rio já teve, e Ignnacio era seu genro. O suposto mandante do assassinato vinha aproveitando a liberdade desde que foi solto por ordem de Kassio Nunes Marques: em julho, viajou para Bariloche com a família.