Autor do documentário ‘3xÁrtico: o alerta do gelo’, Ernesto Paglia explica o termo já usado por cientistas. O que parecia uma realidade distante, já está bem mais mais palpável e próxima do que se imaginava.
“Os cientistas já falam num novo tipo de refugiado, que é o refugiado do clima”, afirma o jornalista Ernesto Paglia, autor do documentário “3xÁrtico: o alerta do gelo”, em entrevista ao podcast O Assunto desta sexta-feira (10).
“Parecia ser uma realidade distante, deveria ser aquele cara lá no Alasca que precisou mudar a sua vilazinha na beira do mar um pouco para mais para o alto porque ali o mar já estava chegando. Como o pessoal das casas em Olinda, que perderam casas, construções na beira-mar… Aí a gente acha que só acontece com os outros, mas agora a gente tem que ver. […] Agora a gente está vendo que isso vai atingir o planeta todo.”
Para o documentário, disponível no Globoplay, Paglia observou as mudanças na paisagem e na vida da Groenlândia que evidenciam os efeitos da crise climática vista em todo o mundo.
“Tem uma estabilidade climática que se espalha pelo planeta. A gente tem muita dificuldade para entender isso, mas infelizmente a natureza está esfregando na cara outra realidade. A mudança climática global, ela deflagrou vários processos que já estão em curso. O degelo da Groenlândia é um deles, a mudança nas correntes marítimas é outro…”
A natureza e as mudanças climáticas
E, como explica Paglia, “quando o clima se altera no Ártico, nós sentimos consequências aqui no Brasil também” — como o visto agora no Rio Grande do Sul, estado que está debaixo ‘d’água desde o fim de abril.
O Rio Grande do Sul já contabiliza mais de 100 mortos e mais de 130 desaparecidos por conta das chuvas. Há 395,6 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 68,5 mil em abrigos e 327,1 mil desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).
Enchentes no Sul: carro submerso em Eldorado, no Rio Grande do Sul, em 9 de maio de 2024
Carlos FABAL / AFP
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