A surpreendente ofensiva de grupos jihadistas na Síria, reacendendo uma guerra civil que está prestes a completar 15 anos sem solução, tem sido um dos golpes mais duros contra o regime de Bashar al-Assad nos últimos anos. Nas primeiras 96 horas de conflito, a estimativa é de que rebeldes tenham capturado cerca de 50 regiões por dia, no avanço que segue ameaçando o atual governo sírio.
Sob o comando do Hayat Tahir Al-Sham (HTS), grupos rebeldes iniciaram os ataques contra posições antes controladas por forças do regime sírio em 27 de novembro.
Desde então, mais de 200 cidades e vilas no país caíram nas mãos dos jihadistas até o último sábado (30/11). Os dados são do Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Evento (Acled, na sigla em inglês), organização independente que coleta dados sobre conflitos ao redor do mundo.
Alepo foi o primeiro alvo dos jihadistas e acabou caindo quatro dias depois, em 30 de novembro. Além da segunda maior cidade da Síria, rebeldes também avançaram sobre Hama.
Nos quatro primeiros dias da ofensiva, rebeldes passaram a controlar diversos pontos em Alepo, Idlib, Hama e Latakia, quatro das 14 províncias que compõem o território da Síria. Cada uma delas possuí várias cidades e vilas.
Além da coalizão jihadista liderada pelo HTS, milícias curdas também voltaram a ganhar destaque no caos sírio, com avanços em algumas regiões do país.
O Estado Islâmico (Isis), que chegou a governar grandes porções do país liderado por Assad na última década, também emergiu das sombras. Cinco anos depois de ser expulso de seu último reduto na Síria, o grupo anunciou ter tomado o controle de áreas na província de Homs, localizada na região central do território sírio.
Em um comunicado, o grupo extremista que assustou o mundo no início da década de 2010 reivindicou o controle da zona industrial de al-Kawan, além de colinas no norte da província.
Dados do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, na sigla em inglês) apontam que as forças ligadas ao regime Assad também enfrentam resistências, de diferentes frentes, nas províncias de Raqqa, Daraa, Deir Zor, Sueida,