Segundo meteorologista, região ainda não registrou o pior cenário e população deve deixar imediatamente as áreas de alagamento. Fantástico percorre cidades atingidas pela cheia da Lagoa dos Patos
As cidades do extremo-sul do Rio Grande do Sul como São Lourenço do Sul, Rio Grande e Pelotas estão sofrendo com o transbordamento da Lagoa dos Patos. Ela corta o Rio Grande do Sul e termina no oceano, mas por influência dos ventos e da maré, as águas estão saindo mais lentamente, o que provoca alagamentos na região que tem se tornado um dos maiores pontos de preocupação.
O Fantástico percorreu essas cidades e mostra como as cheias mudaram completamente a paisagem. Em Pelotas, o pescador Rudnei Silva levou a equipe para navegar pelas ruas da Colônia Z3, uma vila de pescadores.
Fantástico percorre cidades do sul do Rio Grande do Sul.
TV Globo/Reprodução
Eles passam por um local onde era um campo de futebol. O morador tenta ajudar os gatos, que seguem assustados por causa da água.
Mais adiante, um casal se recusa a ir embora. Eliane e Adão ficam em casa e aguardam o comportamento das águas. “Quando ela (água) subir, a gente se arranca”, diz ela.
Casal prefere ficar em casa enquanto a água não sobe em Pelotas (RS).
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De acordo com Rudnei, quando a enchente começou em Porto Alegre, começou também a prevenção em Pelotas. “Começamos a evacuar quando não tinha nem chegado a água”, diz.
Quem mora nas regiões ribeirinhas foi levado para abrigos no centro da cidade. A parte mais alta serve como refúgio para 200 famílias de pescadores que vivem dos peixes da Lagoa dos Patos, mas que tiveram as casas alagadas.
“A água na nossa casa está encostando na janela. Está tudo boiando. Eu calculo que vamos ficar por aqui uns três meses. A outra enchente foi menos do que essa e deu três meses, então acho que essa dá mais”, diz o pescador Genilton da Rosa, agora em um abrigo provisório em um salão paroquial.
Moradores saem de casa com seus animais, fugindo da enchente em Pelotas.
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Lagoa dos Patos
Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
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O desastre climático que assola o extremo-sul do Brasil é causado por um conjunto de fatores.
A Lagoa dos Patos, que cientificamente é classificada como uma laguna, por ter conexão com o Oceano Atlântico, já recebe grande parte das chuvas que caem na metade leste do Estado.
Além disso, com as chuvas históricas no centro-norte gaúcho, que provocou a cheia do Guaíba, acaba chegando na Lagoa, mas não ainda ao extremo-sul.
Além da água, o vento contribui fortemente para as variações de nível da Lagoa. Se o vento sopra do Sul, fica mais lento o escoamento da água para o Oceano Atlântico. Outro fator que influencia na dinâmica da Lagoa dos Patos é a maré do oceano, que está em um momento de grande oscilação por conta da lua nova.
“Infelizmente a gente não viu o pior cenário. A partir de agora a gente vai começar a ver a lagoa subindo. É a hora de abandonar as áreas projetadas como áreas de risco, justamente porque vai se agravar essa área de inundação”, diz a meteorologista da Famet/UFPel Debora Simões.
Rio Grande e São Lourenço do Sul
A cheia chegou na cidade de Rio Grande na última quarta-feira (8), mesmo dia em que a equipe do Fantástico chegou. Por lá, moradores convivem com a água dentro de casa.
Morador em Rio Grande assiste TV com água dentro de casa.
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Em São Lourenço do Sul, a situação também é preocupante. Toda alagada, parece uma cidade fantasma. Por lá, as pessoas atenderam as autoridades e deixaram suas casas e, onde passava carro, agora tem canoa.
“Isso aqui é lindo, o pessoal fazendo caminhada, ginástica, chimarrão, tranquilo. E agora ficou horrível”, lamenta o técnico agrícola Eduardo Bender.
Neste domingo, o Fantástico voltou às três cidades e a preocupação com o nível da água continua. A previsão é de mais chuvas e alagamento.
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