Água atingiu o acervo da arqueologia do museu Joaquim Felizardo, que tem mais de 300 mil peças. Inundações afetaram pelo menos 25 editoras gaúchas e 50 mil livros foram perdidos. Parte da história e da cultura do RS foi destruída pela enchente
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As enchentes no Rio Grande do sul destruíram milhares de livros e publicações, além de afetar dezenas de museus e bibliotecas.
O museu Joaquim Felizardo – que guarda a história de Porto Alegre – começou a ser limpo. A maior parte do acervo fica no andar superior. No térreo, o alagamento alcançou oitenta centímetros e atingiu o acervo da arqueologia, com mais de trezentas mil peças. O prédio, do início do século dezenove, nunca tinha sido afetado por uma enchente.
“No momento em que nós pudermos acessar a arqueologia, serão chamados arqueólogos, restauradores. Pessoal altamente especializado. Já tem lista, graças a deus, cheia de gente querendo ajudar nesse processo”, diz a diretora do museu, Elisabeth Corbeta.
Na casa de cultura que já hospedou o poeta Mario Quintana, e que leva o nome dele, o quarto do escritor ficou intacto. Mas, no térreo, três salas de cinema, uma livraria e um café ficaram submersos.
“Nós já chamamos empresas especializadas, porque nós queremos colocar o mais rápido possível nossa casa de cultura, nossos museus em funcionamento. A reconstrução do estado ela passa pela cultura de uma forma muito presente”, diz a secretária de cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo.
Mario Quintana escreveu sobre outra enchente histórica: a de 1941:
“Entrava-se de barco pelo corredor da velha casa de cômodos onde eu morava. Tínhamos assim um rio só para nós”.
As inundações afetaram pelo menos vinte e cinco editoras gaúchas e cinquenta mil livros foram perdidos.
Olha o estado que ficou o depósito desta livraria, que faz cinquenta anos em agosto. Só aqui, foram dez mil obras inutilizadas.
Nesta outra livraria, a perda é quase total. Aqui ficavam os exemplares de um dos mais conhecidos títulos sobre a enchente histórica de 1941 – e todos foram alagados.
