São Paulo — O início do debate entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol), nesta segunda-feira (14/10), na TV Bandeirantes, foi marcado por discussões sobre o apagão no sistema de fornecimento de energia da Enel, após o temporal da última sexta (11/10). Poda de árvores, semáforos e a cidade às escuras entraram na pauta, com troca de acusações entre os dois.
Nunes apontou que fiscalização e punição à concessionária são responsabilidades do governo federal, responsável pela concessão. Boulos, por sua vez, ressaltou o que a prefeitura deveria ter feito para evitar o caos na cidade após a tempestade.
Em meio às trocas de acusações, as podas de árvore entraram na discussão. “São mais de 7 mil podas de árvore na fila de espera. Demora mais de um ano para fazer poda na cidade de São Paulo”, disse Boulos. “Você foge das responsabilidades e dos problemas”, afirmou, em relação a Nunes.
O candidato do Psol disse que a chuva e a ventania de sexta-feira foram de menos de uma hora e, mesmo assim, ficou mais gente sem energia do que na Flórida, com o furacão Milton.
O atual prefeito e candidato à reeleição disse que 6 mil podas pendentes dependem de trabalho da Enel para a remoção dos fios. “Tenho 4 mil pessoas atuando, nas ruas”, disse Nunes, aproveitando para agradecer os funcionários da administração municipal.
O candidato do MDB também partiu para o ataque e acusou Boulos de ser um defensor da Enel, usando o ministro das Minas e Energia, com quem trocou farpas nos últimos dias. “Por que o ministro dele estava na Europa, junto com a Enel, falando de renovação de contrato?”, questionou.
Nunes também disse que fez o papel de Boulos, como deputado, ao apresentar projeto de lei para trazer para a prefeitura a responsabilidade de fiscalizar e punir concessionárias como a Enel.
Guilherme Boulos e Ricardo Nunes participam na noite desta segunda-feira (14/10) do primeiro debate do segundo turno das eleições municipais em São Paulo. O encontro é promovido pela TV Bandeirantes.
Em pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (10/10), Nunes aparece na liderança, com 55% das intenções de voto, contra 33% de Boulos. O instituto entrevistou 1.204 eleitores, presencialmente, entre os dias 8 e 10 de outubro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.