Uma disrupção significativa: infraestruturas completas de serviços financeiros integradas diretamente nas operações de empresas não financeiras. Esse é o conceito do Embedded Finance, que já se tornou um mercado trilionário, de US$ 7 trilhões para ser mais exato, e abrange todos os setores.
Esse foi o tema explorado nessa terça-feira (26/11) pelo fundador da Zoop, Fabiano Cruz, durante o talk “Embedded Finance: o Futuro dos Serviços Financeiros Personalizados e On-Demand”, no Smash, evento especializado em trilhas de tecnologia e inovação.
Na ocasião, Fabiano Cruz debateu nos mais diferentes cenários o impacto da tecnologia nas atuais e possíveis futuras formas de se fazer pagamentos.
“Facilitar os serviços financeiros dentro de grandes empresas como iFood, Nubank e OLX muda a dinâmica e muda a indústria, afinal, a experiência do cliente final é outra.”
Fabiano Cruz, CEO da Zoop
O que é Embedded Finance?
Embedded Finance é uma tendência crescente que permite que empresas fora do setor financeiro integrem produtos e serviços financeiros nas ofertas, proporcionando benefícios diretos a todos os envolvidos, da empresa em questão até a ponta, os consumidores.
Essa solução está ligada à transformação do mercado financeiro, que faz com que a linha que separa o provedor de serviços financeiros “tradicional” e novos provedores, sem ser bancos e fintechs, fique mais tênue.
Inclusive, o ganho financeiro é uma das principais vantagens do método. Afinal, ganha-se tanto em monetização com clientes quanto na independência em relação aos bancos na hora do pagamento de salários ou de fornecedores, por exemplo.
Existem três fatores principais que têm impulsionado a adoção de Embedded Finance no Brasil. O primeiro é a evolução da regulação. O Banco Central do Brasil tem promovido a abertura do mercado, criando novas possibilidades para a atuação de várias entidades. O segundo ponto é sobre a tecnologia, que foi se tornando mais acessível.
Já o terceiro é o surgimento de prestadores de serviços de pagamentos e banking que dominam essa expertise regulatória e tecnológica.
Algumas das soluções oferecidas são:
● Emissão de cartões de crédito e pré-pagos
● Split de pagamentos
● Uma gama de opções de pagamentos
● Conciliação financeira
Boa estrutura
Atualmente, 79% dos consumidores estão transitando entre on-line e físico. Por isso, o serviço financeiro embarcado precisa ser útil, mas, para isso, é preciso seguir um processo.
Isso, certamente, inclui licenças específicas, como ECD; integrar-se dentro do produto de forma transparente, focar em valor agregado, com um problema real a ser resolvido; e se relacionar com a base que já se tem, além da conta digital, com infraestrutura com pagamentos, uma oferta mais ampla.
Segundo Cruz, nesse movimento, todo mundo ganha. A sociedade, com inclusão financeira; facilitadores, com redução do custo de aquisição de cliente; e usuários, com produtos personalizados e provedores, com o crescimento dos negócios.
“A experiência de pagamento é uma oportunidade de fortalecer a confiança e a lealdade do cliente à sua marca.”
Fabiano Cruz, CEO da Zoop
Cashless economy, por exemplo, já é uma realidade. Significa a digitalização dos meios de pagamentos, como pagar a distância ou simplesmente pelo celular. “Esse processo está redefinindo a realidade do varejo no Brasil e no mundo, permitindo compra, venda e gestão do negócio de forma ágil”, reiterou.
E, assim, há alguns catalisadores, como Pix, terminais de pagamento mais robustos, Tap to Pay (case da Zoop com o Nubank, em que o celular vira a maquininha) e automações self-service.
No Brasil, presencia-se um crescimento cada vez maior em pagamentos sem contato. Prova disso é que 72% dos compradores preferem pagar nessa modalidade, o que começou na pandemia e permanece assim.
Um exemplo inovador é a integração entre Nubank e Zoop: diretamente do app do banco, o smartphone dos clientes do Nubank com conta PJ se transforma em um dispositivo de pagamento, eliminando a necessidade de uma maquininha física.
Dessa forma, os consumidores podem efetuar pagamentos usando cartão por aproximação ou por meio de carteiras digitais, tornando o processo mais prático e eficiente.
Também há o case do iFood, que permite que os celulares dos restaurantes parceiros sejam utilizados como maquininhas, facilitando os pagamentos e modernizando as operações financeiras para inúmeros estabelecimentos parceiros.
Tendências
O cartão com aproximação segue sendo o líder de preferência para pagamentos entre os consumidores.
O Pix, que é o modelo mais recente, é o segundo preferido do consumidor, sendo uma referência no mundo. Não à toa, ele é instantâneo e foi o mais utilizado em 2023.
Vale ressaltar que, hoje, ele também paga compras por débito e crédito. “Isso já está tendendo para uma substituição do cartão de crédito, no futuro”, apontou o fundador.
A escolha do método de pagamento, inclusive, pode influenciar diretamente na satisfação e lealdade do cliente.
50% dos brasileiros já fizeram pagamentos com celular como maquininha de cartão.
Ainda de acordo com Cruz, a infraestrutura de Embedded Finance tem como principal impacto a democratização do acesso aos serviços financeiros, algo que era restrito a bancos e bens burocráticos.
Fabiano Cruz
O fundador da Zoop, Fabiano Cruz, construiu uma sólida experiência em mais de 23 anos de carreira, trabalhando na construção de negócios e produtos inovadores e implementando-os com sucesso em todo o mundo.
Atuou em empresas como IBM, Siemens, BenQ, Nokia e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Além do viés empreendedor à frente da Zoop, é investidor-anjo e conselheiro na indústria de tecnologia e serviços financeiros.
A Zoop é uma fintech líder para Embedded Finance no Brasil e faz parte do grupo iFood. Há mais de 11 anos, vem revolucionando o mercado de pagamentos, possibilitando a criação de novas soluções por meio da disponibilização de tecnologias.
Estão no portfólio da empresa mais de 550 clientes, como Elo7, Itaú, iFood, Invisalign, Infracommerce, Nubank, OLX, Sympla e Koin.
Este ano, conquistou a 16ª posição no Ranking Exame Negócios em Expansão, premiada na categoria de R$ 150 a R$ 300 milhões em faturamento no ano de 2023.
Neste ano, a empresa deve atingir R$ 300 milhões em receita, além de ter sido a primeira startup a receber um título Cédula de Crédito Bancário (CCB) emitido pelo Bradesco.
Smash
O Smash é um evento brasileiro de tecnologia e inovação e segue até amanhã, 28 de novembro, no Millennium Convention Center, em Brasília (DF).
De acordo com o organizador do evento, Heleno Maffucci, o foco do Smash é formar um ecossistema de tecnologia. Assim, o evento reúne diferentes assuntos, como plataformas de pagamento e biotecnologia, mas sempre nichados em um denominador comum: a inovação.