Erika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, presa em por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver em agência bancária
Rafael Nascimento / g1
Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver em uma agência bancária de Bangu, na Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira (16), realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta quarta-feira (17).
Ela foi presa ao tentar sacar R$ 17 mil da conta de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que estava morto em uma cadeira de rodas durante o atendimento. Paulo deveria assinar um documento — mas, segundo o Samu, o idoso estava morto no guichê.
Segundo o delegado Fábio Souza, titular da 35ªDP (Campo Grande), os médicos que atenderam o homem dizem que ele estava morto há horas e que exames clínicos realizados pelos profissionais comprovam isso.
“Havia livores cadavéricos, que é uma concentração de sangue que fica no local dependendo da posição que a pessoa entra em óbito. Quando a pessoa está há um certo tempo morta e deitada em alguma posição, o sangue acumula na parte debaixo do corpo. Como ele estava sentado, o sangue desceria, estaria na parte debaixo da perna. Não teria como acumular sangue na parte de trás da cabeça”, explicou o delegado.
Ele ainda ressaltou que é policial há décadas e, mesmo assim, se surpreendeu com o crime. “Em 22 anos de carreira eu nunca vi uma história como essa”, garantiu Souza.
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Defesa diz que morreu no banco
A defesa da mulher que estava com um morto em um banco em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, contesta a versão da polícia e afirma que o idoso chegou vivo à agência. O caso foi mostrado nesta terça-feira (16) pelo g1 e viralizou (veja acima).
Erika de Souza Vieira Nunes foi presa em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver.
“Os fatos não aconteceram como foram narrados. O senhor Paulo chegou à unidade bancária vivo. Existem testemunhas que no momento oportuno também serão ouvidas. Ele começou a passar mal, e depois teve todos esses trâmites. Tudo isso vai ser esclarecido e acreditamos na inocência da senhora Erika”, declarou a advogada Ana Carla de Souza Correa.
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O delegado Fábio Luiz afirmou que Paulo já estava sem vida quando Erika o levou à agência. “As pessoas do banco acharam que ele estivesse doente, passando mal, e chamaram o Samu. O médico do Samu, ao chegar no local, constatou que ele estava em óbito. E aparentemente, há algumas horas. Ou seja, ele já chegou morto ao banco”, destacou.
Os bancários passaram a gravar o atendimento quando desconfiaram do estado de Paulo e chamaram a polícia. Nas imagens, o idoso está em uma cadeira de rodas, e Erika tenta a todo momento manter a cabeça dele firme. A mulher chega a levar o braço direito do idoso à mesa, a fim de assinar o documento.
Erika ainda fala com o tio:
“Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como.”
“Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço.”
“O senhor segura a cadeira forte para caramba aí. Ele não segurou a porta ali agora?”
“Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais.”
“Tio, você tá sentindo alguma coisa? Ele não diz nada, ele é assim mesmo.”
“Se você não ficar bem, eu vou te levar para o hospital. Quer ir para o UPA de novo?”
O delegado acrescentou que as investigações prosseguem. “Ela se diz sobrinha dele. De fato, tem um grau de parentesco, segundo nossas pesquisas. E ela se diz cuidadora dele. Queremos identificar demais familiares”, falou.
“Ela tentou simular que ele fizesse a assinatura. Ele já entrou morto no banco”, explicou Fábio Luiz.
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