Bicicleta do pequeno Gonçalo Dias Araújo é acoplada na do pai Daniel Dias. Juntos, eles curtem o caminho entre a casa e a escola do garoto. Daniel afirma que busca inspirar outros homens a passarem mais tempo com os filhos. Daniel e Gonçalo pedalam juntos todos os dias a caminho da escola
Arquivo Pessoal
Tempo. Essa é a palavra-chave no hábito adotado entre Daniel Dias, 38 anos, e o filho dele, Gonçalo Dias Araújo, 6 anos.
Há três anos eles eles fazem o percurso até a escola e de volta para casa de bicicleta. São quase 7 quilômetros entre o Jardim Universo e a Vila Oliveira, em Mogi das Cruzes.
“Com esse hábito que nós adotamos, ele sabe que em determinado horário do dia eu sou dele. A gente vai pelo caminho conversando, dando risada e damos bom dia para todo mundo. Eu sei que isso é uma parte da minha atuação na paternidade e nos aproxima. Os amigos dele da escola falam que é legal”, diz o pai.
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Além de estar com o filho, Daniel, que é educador, ressalta nesse Dia dos Pais que também quer inspirar outros homens.
“Eu acho que a gente tem que cutucar os pais, cada vez mais, para poder falar sobre paternidade. Na escola, eu já comecei a ver outros homens que levam os filhos com a cadeirinha na bicicleta”, frisa Daniel.
A cadeirinha também já foi usada com Gonçalo, logo que eles começaram a fazer o trajeto de bicicleta, cerca de três anos atrás. Com o menino crescendo, o pai começou a achar a cadeirinha desconfortável e até mesmo menos segura. Por isso, encontrou outra solução: acoplar a bicicleta do filho na dele.
Gonçalo e Daniel chamam atenção com a bicicleta acoplada
Arquivo Pessoal
O meio de transporte ‘diferente’, claro, chama atenção na rua. Daniel conta que muitos motoristas buzinam e que tem gente que para os dois para ver a bicicleta e conversar. O caminho até a escola leva, em média, 40 minutos, mas eles costumam sair de casa com mais de uma hora de antecedência.
“Ele gosta muito de parar na praça e, quando ele quer, a gente para. A gente conversa com outras pessoas na rua. Um dia tinha um pai com uma criança e eles falaram da bicicleta, a gente ofereceu para eles darem uma volta com ela e eles deram. Então, nós vamos aproveitando o tempo”.
Como tudo começou
Daniel conta que não gostava de pedalar, mas que ele e a esposa, Amanda Caroline Dias Araújo, se presentearam com uma bicicleta. No mesmo dia, ela descobriu que estava grávida.
A bicicleta, então, ficou parada e um mês antes do menino completar um ano, Amanda presentou Daniel com uma cadeirinha para levar a criança na bicicleta.
“Depois disso, chegou a pandemia e a única forma da gente sair de casa era pedalando. Então, todos os dias a gente dava uma volta. Antes, eu praticava corrida, mas eu parei porque percebi que andando de bicicleta com o Gonçalo eu fazia exercício ao mesmo tempo que tinha esse tempo com ele”, explica Daniel.
E foi em um Natal que Gonçalo ganhou a bicicleta que seria acoplada à bicicleta do pai.
“O Gonçalo é bem na dele, mas quando a gente andou pela primeira vez nessa bicicleta. ele gritava ‘te amo’. Isso foi tão legal, porque a gente via a alegria dele ali. Agora, a gente consegue fazer um rolê muito legal, com ele pedalando a dele e eu a minha, mas sempre juntos”, diz o pai.
Há três meses, Gonçalo ganhou uma irmã, Anaí Dias Araújo. Daniel conta que já tem a cadeirinha para que a filha mais nova possa, em breve, se juntar a eles.
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