Autor da PEC que prevê autorização da mesa diretora para medidas judiciais contra parlamentares, o deputado Rodrigo Valadares (União-SE) procurará o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para saber do futuro da proposta.
Valadares deverá questionar Lira se a PEC receberá o apoio prometido por lideranças da Câmara para sua apresentação. Ou, se deverá desistir da proposta, que ganhou o apelido de “PEC da Blindagem”.
O motivo é que ainda faltam um pouco mais de 60 assinaturas para que a PEC possa ser apresentada. É necessário o apoio de 171 deputados para que uma Proposta de Emenda à Constituição tramite.
Outro entrave são as críticas públicas da proposta. Parlamentares de oposição admitem nos bastidores que não querem assumir o ônus da PEC, que ganhou a pecha de “defensora de corruptos” em pleno ano eleitoral
À coluna, Valadares confirmou que pretende conversar com Lira na próxima semana, quando a Câmara retornará do “mini recesso” devido à janela partidária, que se encerra no dia 9 de abril.
Insatisfação com operações
As seguidas operações da Polícia Federal têm preocupado algumas das lideranças da Câmara ao longo de 2024.
No início de fevereiro, caciques da Câmara reclamaram em reunião com Lira das ações da Polícia Federal contra deputados e a prisão do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Foi quando surgiu a ideia da “PEC da Blindagem”.
Recentemente, parlamentares também ficaram incomodados com a ação contra o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco.
Após a operação que prendeu Brazão, Lira chegou a procurar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para entender a razão do deputado ter sido preso em um domingo e ter aparecido algemado pela Polícia Federal.