A sálvia é uma planta amplamente utilizada na culinária e em tratamentos naturais. Rica em nutrientes e compostos bioativos, ela oferece benefícios que vão desde a proteção contra inflamações até o apoio à saúde mental e digestiva.
A nutricionista Carla de Castro, da Clínica Sallva, em Brasília, explica que a planta é uma fonte rica de magnésio, cálcio, vitamina A e vitamina K, além de conter antioxidantes como flavonoides e ácidos fenólicos. “Esses nutrientes contribuem para a manutenção da densidade óssea, prevenindo condições como osteopenia e osteoporose”, afirma.
Ela também ressalta a ação anti-inflamatória e antioxidante da planta, que ajuda a reduzir inflamações crônicas e a combater o estresse oxidativo, protegendo o organismo de danos celulares. “A sálvia também é conhecida por melhorar a digestão, sendo útil para aliviar inchaços, empachamento e até diarreias”, completa.
Já a nutricionista Simone Kikuchi, que atua em São Paulo, destaca os usos tradicionais da planta, que incluem o tratamento de inflamações na garganta e sua ação expectorante. “Muitas pessoas ainda utilizam a planta em preparações caseiras, como xaropes com mel e limão, para aliviar sintomas gripais”, afirma.
Além disso, a especialista comenta que estudos preliminares, realizados com pacientes com Alzheimer, mostraram resultados positivos no uso do óleo essencial de sálvia para a saúde mental. “Mas ainda são necessários mais estudos para comprovar sua eficácia em larga escala”, explica.
Aliada no controle do açúcar no sangue e na memória
A sálvia contém compostos bioativos, como o ácido rosmarínico, que ajudam a controlar o açúcar no sangue. Segundo a nutricionista Carla, eles aumentam a sensibilidade à insulina, facilitando que as células usem a glicose de forma mais eficiente.
“A sálvia ajuda a reduzir a absorção da glicose, mantendo os níveis de açúcar no sangue mais equilibrados”, explica. Estudos indicam que o consumo regular da planta pode ser um aliado para quem busca controlar o índice glicêmico de forma natural — ainda assim, ela não substitui a medicação para pacientes diabéticos.
Além disso, a sálvia também atua no sistema nervoso central, inibindo a enzima acetilcolinesterase, que degrada a acetilcolina, um neurotransmissor crucial para a memória e o aprendizado.
“Ao inibir essa enzima, a sálvia permite que a acetilcolina permaneça mais tempo ativa no cérebro, o que melhora a retenção de informações e promove maior clareza mental”, detalha. Além disso, os antioxidantes presentes na erva contribuem para reduzir danos oxidativos, favorecendo a saúde cognitiva a longo prazo.
Como consumir a sálvia de forma segura
A sálvia pode ser incorporada à rotina de diversas formas, desde o uso culinário até o consumo em cápsulas ou óleos essenciais. Carla ressalta que a quantidade ideal varia conforme fatores como idade, peso e o objetivo do consumo.
“No caso do chá, uma ou duas xícaras por dia são uma recomendação comum, mas é essencial ajustar a dose com orientação profissional, especialmente ao usar suplementos ou óleos essenciais”, explica. Para a especialista, o chá de sálvia é uma forma prática e eficaz de aproveitar suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Já os óleos essenciais e os suplementos exigem maior cautela. “É importante ter acompanhamento profissional, pois o uso indiscriminado pode levar a efeitos adversos devido à presença de compostos tóxicos na planta”, alerta.
A nutricionista Simone reforça a importância da moderação e do consumo em sua forma mais natural. “Utilizar a sálvia como tempero ou em chás garante um uso seguro, sem riscos de extrapolar a concentração dos compostos ativos”, finaliza.
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