Na cidade, última vez que vice assumiu o cargo de maneira definitiva foi em 1990. Candidatos a vice-prefeito do Recife nas eleições 2024
Foto: montagem / g1
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Quatro mulheres e quatro homens disputam o cargo de vice-prefeito do Recife, nas eleições deste ano. Eleito em conjunto com o titular da chapa, o vice é o substituto do prefeito e tem um papel estratégico nas negociações políticas das candidaturas e de representação social.
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Para as eleições de 6 de outubro, seis das oito chapas para a prefeitura têm pelo menos uma mulher concorrendo a prefeita ou a vice. Em três, as mulheres são a “cabeça de chapa”. Em outras três, são os homens os titulares. E em duas chapas, não há mulheres.
Confira, a seguir, os candidatos a vice-prefeito do Recife, em ordem alfabética:
Alice Gabino (Rede)
Alice Gabino, à esquerda, candidata a vice de Dani Portela (PSOL), à direita.
Artur Ferraz/g1
Titular: Dani Portela (PSOL);
Coligação: Recife com a cara da gente – Federação PSOL-REDE e PCB;
Idade: 44 anos;
Ocupação: Analista ambiental;
Cor/raça: Preta;
Valor dos bens declarados ao TSE: Nenhum;
Histórico: Natural do Recife, concorre pela terceira vez a um cargo eletivo. Disputou, pela Rede, uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2018, e concorreu a vice-governadora da chapa de João Arnaldo (PSOL), em 2022. Não se elegeu em nenhuma das oportunidades.
Kelly Souza (Novo)
Tecio Teles e Kelly Souza
Artur Ferraz/g1
Titular: Tecio Teles (Novo);
Coligação: Novo (sem coligação);
Idade: 35 anos;
Ocupação: Administradora;
Cor/raça: Branca;
Valor dos bens declarados ao TSE: R$ 105 mil;
Histórico: Natural do Recife, participa de sua segunda eleição a um cargo eletivo. Em 2022, concorreu a deputada federal pelo PL, mas não foi eleita.
Leninha Dias (PL)
Leninha Dias, ao lado do candidato titular da chapa, Gilson Machado (PL), à esquerda na foto
Paulo Veras/g1
Titular: Gilson Machado (PL);
Coligação: PL (sem coligação);
Idade: 47 anos;
Ocupação: Administradora;
Cor/raça: Branca;
Valor dos bens declarados ao TSE: Nenhum;
Histórico: Natural do Recife, faz sua estreia em uma eleição para um cargo eletivo.
Mariana Melo (PSDB)
Mariana Melo, à direita, candidata a vice ao lado do cabeça de chapa Daniel Coelho (PSD) e da governadora Raquel Lyra (PSDB).
Paulo Veras/g1
Titular: Daniel Coelho (PSD);
Coligação: Recife levado a sério – PP/Podemos/Federação PSDB-Cidadania/PSD/PRD/Mobiliza;
Idade: 47 anos;
Ocupação: Servidora pública federal;
Cor / Raça: Parda;
Valor dos bens declarados ao TSE: R$ 281.199,36;
Histórico: Natural do Recife, ocupou o cargo de secretária estadual da mulher no governo Raquel Lyra (PSDB), entre 2023 e 2024. Disputa sua primeira eleição.
Professor Mariano (PSTU)
Professor Mariano, primeiro à direita na foto, ao lado da candidata titular da chapa, Simone Fontana
Paulo Veras/g1
Titular: Simone Fontana (PSTU);
Coligação: PSTU (sem coligação);
Idade: 59 anos;
Ocupação: Professor de ensino médio;
Cor/Raça: Branca;
Valor dos bens declarados ao TSE: R$ 30 mil;
Histórico: Natural de Ibirajuba, no Sertão, participa de sua 11ª eleição, mas nunca foi eleito. Disputou, pelo PSTU, os cargos de vereador (2004, 2008, 2012 e 2020), vice-prefeito do Recife (2016), vice-governador de Pernambuco (2022), deputado estadual em 2010, deputado federal em 2014 e suplente de senador nos pleitos de 2006 e 2018.
Raimundo Malheiros (UP)
Raimundo Malheiros, de chapéu na foto, ao lado da candidata titular Ludmila
Reprodução/TV Globo
Titular: Ludmila (UP);
Coligação: UP (sem coligação);
Idade: 65 anos;
Ocupação: Aposentado;
Cor/Raça: Parda;
Valor dos bens declarados ao TSE: R$ 20 mil;
Histórico: Natural de Flores, no Sertão, está em sua segunda eleição para um cargo público. Em 2020, concorreu a vereador pela UP, mas não foi eleito.
Victor Marques (PCdoB)
Victor Marques, do PCdoB, foi anunciado pela Frente Popular do Recife como candidato a vice do atual prefeito, João Campos
Artur Ferraz/g1
Titular: João Campos (PSB);
Coligação: Frente Popular do Recife – PSB / Federação PT/PC do B/PV/União Brasil/Republicanos/MDB/Solidariedade/Avante/DC/Agir/PMB;
Idade: 29 anos;
Ocupação: Engenheiro;
Cor/Raça: Branca;
Valor dos bens declarados ao TSE: R$ 502.628,93;
Histórico: Natural do Recife (PE), disputa sua primeira eleição. Foi chefe de gabinete do prefeito João Campos (PSB).
Vitor Correia (PCO)
Vitor Correia, à esquerda, ao lado do candidato titular da chapa, Vitor Assis
Foto: montagem / g1
Titular: Vitor Assis (PCO);
Coligação: PCO (sem coligação);
Idade: 21 anos;
Ocupação: Estudante;
Cor/Raça: Parda;
Valor dos bens declarados ao TSE: Nenhum;
Histórico: Natural de Recife(PE), participa de sua primeira eleição.
Importância do cargo
O então vice-prefeito do Recife Gilberto Marques Paulo (à esquerda) assume comando da cidade com a renúncia do titular, Joaquim Francisco, em abril de 1990
Foto: Reprodução / TV Globo
Historicamente, o posto de vice é ligado à ideia de menor protagonismo ou de ser considerado coadjuvante diante o titular. Primeiro na linha de sucessão do prefeito, o cargo é estratégico e foi alvo de uma disputa política em 2024.
Para o cientista político da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Arthur Leandro, a importância do cargo é alta:
“Em tese, a importância do cargo de vice é igual à importância do cargo do titular, porque o vice é o substituto natural e com previsão institucional para assumir a posição no caso de qualquer impedimento do titular, seja impedimento político, seja impedimento pessoal, seja uma questão de saúde ou falecimento”, explicou.
O cientista político chama atenção, também, para as negociações políticas que costumam se concentrar, no período pré-eleitoral, com a montagem da chapa até a escolha do vice.
“Sua presença na chapa decorre de um processo de negociação entre as forças políticas que apresentam a chapa. Então o cargo de vice é, na verdade, a extensão do cargo”, disse.
Nas eleições do Recife deste ano, o posto de vice do prefeito e candidato à reeleição João Campos (PSB) foi alvo de disputa pelo PT, que reivindicava a vaga.
O cargo ficou na mira porque, no meio político, especula-se a possibilidade de Campos deixar a gestão em 2026 para se candidatar ao governo do estado, deixando o vice no comando da capital.
No Recife, o último vice que virou titular em definitivo foi Gilberto Marques Paulo, em 1990, quando Joaquim Francisco (morto em 2021) renunciou a prefeitura para disputar — e vencer — o governo do estado nas eleições daquele ano.
Empossado como vice em 1989, Marques assumiu como prefeito em abril de 1990 e governou até o fim de 1992. Para Arthur Leandro, a escolha dos candidatos a vice em 2024 apresenta um novo contexto político.
“O prefeito e o grupo político dele entenderam que a renovação da chapa com o PDT [partido da vice-prefeita Isabella de Roldão] era menos interessante do que a composição com a frente de esquerda liderada pelo PT, junto com PCdoB e PV”, explica.
“Ao invés de ceder a vice ao Partido dos Trabalhadores (PT), com o qual o PSB tem um histórico no Recife de disputa, a força política liderada pelo prefeito entendeu que seria mais interessante indicar alguém ligado a essa federação, mas sem o tipo do protagonismo que o PT costuma exercer”, diz o cientista político. Victor Marques, que é amigo da faculdade de João Campos, se filiou ao PCdoB, que faz parte da federação com o PT, em abril.
Para Arthur Leandro, as movimentações políticas deste ano podem deixar os eleitores com maior atenção ao “jogo político”.
“As atribuições do vice, de um ponto de vista institucional, são as mesmas das atribuições do titular, em caso de impedimento deste. Do ponto de vista político, o vice tem uma função, e a presença do vice representa uma correlação de forças específicas no momento de composição da chapa. Então, existe toda uma negociação que antecede a formação da chapa, que normalmente leva em consideração o ambiente específico da disputa que vai ser travada nas urnas no período previsto pela lei”, declarou.
Confira quem foram os vice-prefeitos eleitos no Recife desde a redemocratização:
1985 – José Carlos Melo/PSB (Titular: Jarbas Vasconcelos/PSB);
1988 – Gilberto Marques Paulo/PFL (Titular: Joaquim Francisco/PFL);
1992 – Silvio Pessoa/PSDB (Titular: Jarbas Vasconcelos/PMDB);
1996 – Raul Henry/PMDB (Titular: Roberto Magalhães/PFL);
2000 – Luciano Siqueira/PCdoB (Titular: João Paulo/PT);
2004 – Luciano Siqueira/PCdoB (Titular: João Paulo/PT);
2008 – Milton Coelho/PSB (Titular: João da Costa/PT);
2012 – Luciano Siqueira/PCdoB (Titular: Geraldo Julio/PSB);
2016 – Luciano Siqueira/PCdoB (Titular: Geraldo Julio/PSB);
2020 – Isabella de Roldão/PDT (Titular: João Campos/PSB).
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