Crime ocorreu em julho, no bairro de Pernambués. Joseilson Souza da Silva confessou violência contra a criança em depoimento à polícia. Vizinho suspeito de matar menina em Salvador
TV Bahia
O homem acusado de estuprar e matar a menina Aisha Vitória Santos da Silva, de 8 anos, vai a júri popular. A decisão foi divulgada na terça-feira (17), mas a data do julgamento ainda não foi marcada.
O crime ocorreu em 22 de julho deste ano, no bairro de Pernambués, em Salvador. Joseilson Souza da Silva, de 43 anos, detalhou à Polícia Civil como violentou e estrangulou a criança, que era sua vizinha.
O corpo de Aisha foi abandonado por ele em cima de sacos de construção, na Travessa São Jorge, a cerca de 30 metros da residência onde ela vivia com os pais e os irmãos. O homem foi preso em flagrante no dia seguinte e teve a prisão convertida em preventiva depois.
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Aisha Vitória foi morta no bairro de Pernambués.
Arquivo Pessoal
Relembre o crime
Segundo a Polícia Civil, Joseilson confessou que a ação foi planejada. Ele contou que havia se mudado para a localidade há quatro meses e disse que “sempre observava a criança” quando ela passava a caminho da escola ou quando saía para brincar com outros vizinhos. [Confira a cronologia do crime no fim do texto]
O registro do depoimento indica que ele, “premeditadamente, decidiu faltar ao trabalho, posto que já pretendia atrair a vítima para sua casa”.
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“A confissão por si só precisa ser confrontada com os outros elementos de prova. Não é à toa que vários outros exames complementares foram solicitados, um dos quais o encaminhamento do perfil genético dele para o Banco Nacional”, explicou a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegada Andreia Ribeiro.
A Polícia Civil da Bahia solicitou à Justiça a autorização para que o material genético do investigado seja incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos. A partir dessa inclusão, vai ser possível identificar se ele cometeu outros crimes deste tipo.
“É possível que esse indivíduo possa estar envolvido com outros crimes da mesma natureza, não só na Bahia, mas em outros estados”, pontuou Andreia.
Em 2015, ele passou pouco mais de uma semana na cadeia, após ter sido preso em flagrante por tentativa de abuso sexual contra outra criança. O caso ocorreu em São Gonçalo dos Campos, onde ele morava na época do ocorrido.
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Cronologia do crime, segundo a confissão do suspeito
👉 16h30 de 22 de julho – Joseilson aproveitou que Aisha brincava sozinha para chamá-la até a casa dele. Como a menina não aceitou, ele “tapou a boca” dela e a puxou à força.
👉 Dentro do imóvel, usou uma boneca furtada de outra criança para acalmar a menina e evitar que ela gritasse por socorro. Depois disso, ele abusou sexualmente da criança e a estrangulou “para que ela perdesse a consciência”.
👉 18h – Ele disse que, nesse horário, a criança ainda estava viva, porém desacordada, e notou familiares e vizinhos procurando por ela.
👉 19h – Decidiu matar a menina por entender que, se a libertasse, “seria descoberto”.
👉 Joseilson a estrangulou até a morte e, ao longo da noite, limpou vestígios do crime e planejou como abandonar o corpo.
👉 3h30 de 23 de julho – Ao perceber que as buscas tinham sido interrompidas, saiu e deixou o corpo em um beco, em cima de sacos de materiais de construção, próximo à rua onde mora.
👉 De volta à residência, percebeu que se esqueceu de pegar os chinelos da garota e os atirou no telhado da vizinha para ocultar provas. Fez o mesmo com a boneca, escondendo-a atrás da geladeira.
👉 Em seguida, tomou banho e dormiu no mesmo colchão em a garota foi morta.
👉 Pela manhã, acordou com gritos dos pais de Aisha, no momento em que encontraram o corpo dela.
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Reincidência
Joseilson trabalhava em uma empresa de construções. Ele revelou à polícia que “tem o hábito de ‘brincar’ com crianças, principalmente do sexo masculino.
Em 2015, chegou a ser preso em flagrante após tentar abusar sexualmente de outra criança. Conforme relato do suspeito, isso ocorreu quando ele invadiu uma casa em São Gonçalo dos Campos, a cerca de 130 km de Salvador, para roubar um celular. O abuso só não teria sido concretizado porque o pai das crianças teria chegado ao local e chamado a polícia.
Apesar da confissão, no depoimento prestado na terça-feira ele foi debochado e disse que “sequer responde a processo criminal”. A Polícia Civil confirmou ao g1 que o homem foi solto dias após a prisão, mas não detalhou o motivo.
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