São Paulo – Candidato à Prefeitura da capital paulista, Guilherme Boulos (PSol) promoveu, nesta sexta-feira (18/10), um “debate popular” no centro da cidade para ouvir perguntas da população.
No local, em frente ao Theatro Municipal, Boulos posicionou três púlpitos: um para ele, um para a população e outro, que permaneceu vazio o tempo todo, com o nome do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Segundo o candidato, o motivo do “debate popular” foi levar à população a chance de ouvir mais propostas após Nunes desistir de participar de debates neste 2° turno. Os dois só protagonizaram um embate direto, na segunda (14). O atual prefeito e candidato já cancelou dois eventos e recusou mais de um convite para debater.
O psolista ouviu perguntas de 10 pessoas que se misturavam entre militantes e moradores da região.
Segundo a campanha, os interessados em perguntar a Boulos deram os nomes à organização e foi realizado um sorteio. Logo nas primeiras perguntas, o estudante Júlio César, de 17 anos, furou a fila para perguntar sobre gentrificação dos imóveis do centro. Inicialmente, o rapaz foi recebido com vaias por driblar a organização, mas depois recebeu aplausos do próprio Boulos pelos questionamentos.
Durante uma das perguntas, um homem terminou fazendo uma declaração de amor à mulher amada, sentada no chão enquanto acompanhava o debate, e que havia feito a pergunta anterior. O casal ostentava adesivos da campanha. Ele disse que “só o punk salva” e ela mostrou a Boulos um tumor na cabeça, questionando sobre filas no atendimento à saúde, uma das maiores críticas feitas pelo psolista à gestão Nunes.
Nenhum dos presentes fez perguntas sobre as chuvas, assunto que tem dominado a semana após o apagão que afetou milhões na Grande São Paulo desde sexta (11/10).
No púlpito, Boulos apresentou propostas para saúde, habitação, transporte, ecoturismo e políticas voltadas para a população idosa. Ele também respondeu a um questionamento sobre violência no centro, feita por Benedito Mariano, ex-secretário de Segurança das gestões Marta Suplicy e Fernando Haddad, e também um dos nomes que trabalhou no plano de governo da campanha.
Ao terminar o “debate”, Boulos disse à imprensa que um prefeito “tem que ter capacidade de escutar a população”, mas se esquivou de responder se havia convidado Nunes para debater com ele no centro. Ele afirmou que o prefeito “foi convidado para o debate do SBT”, que seria nesta sexta e foi cancelado já que o prefeito não pôde ir.