Trabalho para identificar nove vítimas segue em andamento, mas elas ficarão na capital paraense até que famílias possam ser notificadas formalmente. Capas de chuvas estavam em barco encontrado com corpos e indicam que havia mais pessoas na embarcação, diz PF
Polícia Federal/Divulgação
Os corpos encontrados em um barco à deriva no litoral paraense há uma semana serão temporariamente sepultados em Belém. A informação foi divulgada pela Polícia Federal, que continua com a perícia e tenta identificar as nove vítimas.
“Serão temporariamente sepultados em Belém, até que as identidades tenham sido estabelecidas e as famílias das vítimas possam ser formalmente comunicadas, adotando-se os devidos canais de cooperação policial e jurídica internacionais”, informou a PF.
Além das nove vítimas, a investigação acredita que havia pelo menos mais 25 pessoas na embarcação encontrada à deriva no último sábado (13) em Bragança, no litoral nordeste do Pará. Isso porque no barco havia 25 capas de chuvas idênticas, além de 27 celulares e outros pertences.
Vídeo mostra capas de chuvas encontradas em barco com corpos no Pará
Um vídeo divulgado pela Polícia Federal mostra as capas de chuva no chão, já fora da embarcação – veja acima.
As imagens foram gravadas durante o trabalho de papiloscopistas do Núcleo de Identificação da PF, no pátio do Instituto Médico Legal em Bragança. Depois, o barco, os itens e os corpos foram levados a Belém, para continuidade dos trabalhos.
Documentos e objetos encontrados na embarcação apontam que as vítimas eram migrantes da região da Mauritânia e Mali, na África. Mesmo assim, pode haver pessoas de outras nacionalidades.
As investigações apontam que o grupo teria como destino as Ilhas Canárias. O arquipélago espanhol é usado como rota migratória no contrabando ilegal de imigrantes, segundo a PF.
A suspeita é que correntes marítimas tenham tirado a embarcação da rota prevista. O barco está sendo periciado, mas a Marinha adiantou que ele é de fibra de vidro, aparenta ser artesanal e foi encontrado sem leme, motores, ou outros meios de condução.
Barco foi encontrado à deriva no Pará com corpos no fundo da embarcação em estado de decomposição
Reprodução
Pescadores acharam o barco e chamaram as autoridades após constatarem que havia corpos em avançado estado de decomposição no fundo da embarcação.
Segundo a Polícia Federal, oito corpos estavam dentro da embarcação e um, próximo a ela, em circunstâncias que sugerem que o corpo fazia parte do mesmo grupo de vítimas.
Pescadores registraram corpos dentro de barco.
Reprodução / TV Liberal
Sepultamento após exames
O sepultamento de nove vítimas ocorre após análises dos corpos feitas na quarta-feira (17), usando protocolos internacionais de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI).
Segundo a Polícia Federal, foram coletados materiais para exames de DNA, feitos exames radiológicos, da arcada dentária, de vestes, pertences, documentos e adereços.
Questionada pelo g1, a PF não relevou data nem detalhes sobre o sepultamento temporário.
Agentes durante a perícia nesta quarta-feira (18), em Belém.
PF
A PF diz que “faz todos os esforços para que a identidade das vítimas seja estabelecida no menor tempo possível”, mas não há previsão para que isso ocorra.
“Como a migração de pessoas dos países africanos é uma questão humanitária que conta com milhares de pessoas desaparecidas e inexistem dados técnicos estruturados, não é possível estimar o prazo para identificação”, justificou a PF.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, todos os dados coletados ns exames já realizados, assim como os celulares, foram enviados a Brasília para o Instituto Nacional de Criminalística e o Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal, que deve contar com apoio da Interpol e outros órgãos na continuidade da identificação das vítimas.
Dados colhidos de corpos encontrados em Bragança são enviados para Brasília
Já os itens periciados em Belém, como as capas de chuva, devem continuar na sede da Polícia Federal na capital paraense. As investigações continuam.
O barco também segue em Belém, na base Naval Val de Cans, da Marinha, onde técnicos da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) fazem a perícia em busca de indícios que esclareçam as causas do acidente.
Ainda segundo a Marinha, o inquérito aberto pela Capitania dos Portos busca também busca confirmar se a origem da embarcação é do continente africano.
Capas de chuvas estavam em barco encontrado com corpos e indicam que havia mais pessoas na embarcação, diz PF
Polícia Federal/Dikvulgação
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