O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade aos áudios das primeiras ligações ao Samu logo depois da batida em São Paulo. Segundo a polícia, Fernando Sastre, o motorista do Porsche, fugiu do local do acidente junto com a mãe, Daniela
Jornal Nacional/Reprodução
Em São Paulo, uma segunda testemunha disse à polícia que o motorista responsável pela batida que matou uma pessoa tinha bebido. O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade aos áudios das primeiras ligações ao Samu logo depois da batida.
A ligação para o Samu tem o desespero de quem está diante de uma tragédia.
“Eu preciso urgente, urgente de ambulância. Marcus, calma, olha para mim. Olha para mim, Marcus”, diz Juliana.
A mulher se identifica como Juliana. É o nome da namorada de Marcus Vinícius Rocha, que estava no banco do passageiro do carro que causou o acidente. O motorista era Fernando Sastre, de 24 anos. O Porsche atingiu a traseira de um outro carro e o jogou contra um poste, matando o motorista de aplicativo Ornaldo Viana dos Santos, de 52 anos.
“São três vítimas, mas uma aparentemente está bem e as outras duas estão mal”, acrescenta Juliana.
Na segunda ligação ao Samu, é possível ouvir quando uma mulher chamada Dani chega ao local.
“Dani, calma. Gi, vai lá ajudar a Dani”, diz Juliana. “Calma. Pede para ela ter calma, tá?”, fala a atendente do Samu.
Segundo a polícia, Fernando Sastre, o motorista do Porsche, fugiu do local do acidente junto com a mãe, Daniela, que disse que ia levar o filho para o hospital pra tratar um ferimento na boca. Fernando só reapareceu 38 horas depois quando se apresentou a polícia, sem nenhum ferimento aparente.
Marcus Vinicus Rocha está internado há 12 dias, e só nesta quinta-feira (11) pode ser ouvido pela policia. Ele contou que Fernando e as namoradas dos dois foram a um restaurante por volta de 21h e que “os quatro tomaram drinks com destilados”.
Depois do jantar, foram para uma casa de pôquer, e o lugar tinha bebidas liberadas à vontade. Mas Marcus afirmou que, como estava prestando atenção no jogo, não sabe dizer se Fernando bebeu novamente e que, por volta de 2h quando iam embora, encontrou Fernando e a namorada discutindo em frente ao carro.
Marcus disse: “Que a discussão era para Fernando não dirigir, pois estava alterado por conta de bebida; que Fernando estava com a voz elevada e exaltada; que se voluntariou a ir como passageiro no carro de Fernando para não deixar o amigo fazer besteira”.
As duas namoradas foram em outro carro. Marcos disse que Fernando saiu dirigindo de forma tranquila, porém deu uma acelerada antes de entrar na avenida Salim Farah Maluf, onde aconteceu o acidente.
O que Marcus contou confirma o que a namorada dele, Juliana, já tinha dito aos policiais. Mas é diferente da história contada pelo outro casal — Fernando, o motorista, e a namorada. Os dois disseram à polícia que Fernando não bebeu nem no restaurante, nem na casa de pôquer. No dia do acidente, Fernando não fez o teste do bafômetro e só se apresentou à polícia quando não era mais possível fazer nenhum exame para comprovar se ele tinha bebido ou não.
Fernando Sastre foi indiciado por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco pelo crime, por fugir do local e por lesão corporal. A Justiça negou o pedido de prisão dele.
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