Um dos primeiros mineradores de Bitcoin da história fez uma movimentação gigante de moedas nesta quinta-feira (14), enviando exatos 2.000 bitcoins para um novo endereço. A quantia está avaliada em R$ 1 bilhão no momento desta redação.
Segundo dados do BTCparser, esses 2.000 bitcoins foram minerados entre 28 de julho a 28 de outubro de 2010, num intervalo redondo de apenas três meses. O saldo estava em 40 endereços diferentes, cada qual com 50 moedas jamais tocadas até então.
Os 2.000 bitcoins estavam divididos igualmente em 40 endereços.
As moedas foram transferidas para o endereço 3AE11p[…]d6Pu2 e logo em seguida separadas para vários endereços bech32 (de início bc1q), somando 50 transações de ~36,96 BTC e uma única de 151,68 BTC para um endereço legacy (de início 1).
Dados da Arkham Intelligence apontam que algumas dessas moedas tiveram diversas corretoras como destino. Isso inclui a japonesa BitFlyer, as amerinas Gemini, Coinbase, Kraken e CryptoCom, a europeia Bitstamp e a Bybit. Até mesmo a CoinCola, um nome pouco conhecido do mercado, aparece na lista.
Minerador moveu 591 dos 2.000 bitcoins para diversas corretoras de criptomoedas de diversas jurisdições. Fonte: Arkham Intelligence.
BTCparser diz que Satoshi Nakamoto pode estar por trás dessa transação de R$ 1 bilhão em Bitcoin
Logo após essa movimentação atípica, o BTCparser publicou uma nova teoria sobre Satoshi Nakamoto. Embora não especule quem seja o nome por trás da criação do Bitcoin, o pesquisador alega que esses 2.000 bitcoins podem ter sido movidos pela própria lenda.
“Minha teoria segue o dinheiro em vez das personalidades, e isso me leva a suspeitar que a enigmática mega-baleia de 2010 possa, na verdade, ser o próprio Satoshi Nakamoto (ou um membro da entidade Satoshi).”
Segundo sua teoria, Nakamoto não tocou nas suas carteiras de 2009, identificadas pelo padrão Patoshi, porque possui muitos outros bitcoins minerados após essa data. Ou seja, pode aproveitar seu dinheiro, sem chamar atenção.
“Aqui está a minha hipótese: após desaparecer da vista pública, Satoshi voltou a minerar sob uma identidade diferente em 2010, acumulando milhares de Bitcoins. À medida que os preços subiam, ele começou a vender esse estoque — de forma constante, estratégica e anônima”, escreveu o pesquisador do BTCparser.
Dando peso às suas falas, ele afirma que tem visto um padrão recorrente em transações desse tipo desde 2019.
Todas essas transações são de carteiras com 50 BTC, intocadas desde 2010. Então as moedas são movidas para um endereço P2SH (de início 3) e após isso para diversos endereços bech32 (de início bc1q), exatamente como aconteceu nesta quinta-feira (14).
“Até hoje, essa entidade despertou 24.000 Bitcoins por meio desses movimentos periódicos”, continua o texto. “O primeiro despertar ocorreu em novembro de 2019, e o mais recente, em 15 de novembro de 2024”.
O texto aponta para 20 transações entre 2019 e 2024 com esse padrão. Seja como for, ele mesmo aponta que isso é uma teoria, não uma conclusão, mas que “pinta o quadro de um criador que planejou meticulosamente para garantir sua privacidade” caso verdadeira.
Data
Endereço de destino
24/11/2019
11/03/2020
11/10/2020
07/11/2020
08/11/2020
27/12/2020
03/01/2021
10/01/2021
25/01/2021
28/02/2021
23/03/2021
08/06/2021
10/11/2021
12/11/2021
04/12/2023
01/03/2024
05/03/2024
26/03/2024
22/05/2024
15/11/2024
Também partindo desse princípio, isso excluiria nomes como Hal Finney e Len Sassaman da lista de possíveis criadores do Bitcoin, já que eles faleceram em 2014 e 2011, respectivamente.
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