Em nota divulgada nessa quinta-feira (8), a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) anunciou que um tribunal dos EUA ordenou que a FTX, corretora de criptomoedas que faliu em 2022, pague R$ 70 bilhões (US$ 12,7 bilhões) aos seus antigos clientes.
Deste valor, US$ 8,7 bilhões estariam ligados às restituições e outros US$ 4 bilhões serviriam como um bônus para “recompensar ainda mais as vítimas pelas perdas sofridas” pelo golpe orquestrado por Sam Bankman-Fried.
Apesar desse bônus, é possível que alguns desses clientes saiam no prejuízo. Isso porque seus saldos foram convertidos para dólares no momento da falência.
O Bitcoin, por exemplo, valorizou 240% no período. Outras criptomoedas subiram ainda mais, como foi o caso da Solana, que apresentou opera com ganhos de 763% desde novembro de 2022.
Portanto, quem deve sair ganhando são aqueles que estavam posicionados em stablecoins ou moedas fiduciárias na corretora no momento de seu colapso.
Bitcoin e outras criptomoedas não devem ser impactadas
Conforme a FTX já liquidou essas criptomoedas, a boa notícia para o mercado é que ele não enfrentará nenhuma pressão de venda. Pelo contrário, já que o saldo será pago em dólares, é possível que alguns desses investidores voltem a comprar BTC e outras moedas.
O caso é diferente da falência da Mt. Gox que, após 10 anos, começou a distribuir cerca de 142 mil bitcoins aos seus clientes, sem nenhuma conversão. A quantia, hoje avaliada em R$ 47 bilhões, preocupou o mercado.
Embora Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da FTX, tenha sido preso, a CFTC afirma que concordou em “não buscar uma penalidade monetária civil contra a FTX”. Ou seja, a prioridade do dinheiro são as vítimas do esquema.
“Conforme descrito pela FTX em seu plano de reorganização proposto no processo de falência, os pagamentos da FTX em relação à sua obrigação de devolução à CFTC serão usados para compensar ainda mais as vítimas por meio de um fundo de remissão suplementar.”
No passado, por exemplo, foi notado que a FTX devia R$ 4,6 bilhões para a Receita Federal dos EUA. O valor não será cobrado.
CFTC crítica FTX e mais uma vez demonstra interesse em tomar lugar da SEC
Antes de sua falência, a FTX era uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo. No entanto, a ganância de seu fundado era tão grande que sua gerência usou os fundos de seus clientes para realizar diversos investimentos, deixando-a insolvente durante uma corrida de saques.
Rostin Behnam, presidente da CFTC, destacou que a corretora “usou táticas antigas para criar a ilusão de que era um lugar seguro e protegido para acessar os mercados de criptomoedas”.
“Como inúmeras outras resoluções de cripto da CFTC, incluindo grandes players como Binance, BitMEX e Tether, essa resolução com a FTX é consistente com os compromissos de aplicação da lei que venho fazendo há muito tempo como presidente.”
Finalizando, Behnam afirma que “isso é apenas a ponta do iceberg” e que os EUA devem “preencher as lacunas regulatórias”. No mês passado, o presidente da CFTC afirmou que queria tomar o lugar da SEC, administrada por Gary Gensler, para supervisionar o setor de criptomoedas.
Por fim, a falência da FTX está prestes a completar dois anos, mas seus clientes seguem esperando por reembolsos. Embora o caso esteja caminhando mais rápido do que outros, a espera deixa bilhões estacionados enquanto o Bitcoin passa por mais um ciclo de alta.
Fonte: EUA mandam corretora de criptomoedas pagar R$ 70 bilhões ao seus clientes
Veja mais notícias sobre Bitcoin. Siga o Livecoins no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube.