A Polícia Federal (PF) indiciou quatro integrantes da própria instituição na conclusão do inquérito sobre uma tentativa de golpe no país, com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre os 37 indiciados estão os agentes Marcelo Bormevet e Wladimir Matos Soares, além dos delegados Anderson Torres e Alexandre Ramagem (foto em destaque), ex-ministro da Justiça e ex-diretor da Abin, respectivamente.
Marcelo Bormevet foi investigado por fazer parte de um esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência chamado de “Abin Paralela”. No começo do governo Bolsonaro, ele costumava usar suas redes sociais para compartilhar conteúdo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), de quem era próximo.
A PF identificou seis núcleos que compunham o esquema golpista no final do governo Bolsonaro. Um desses núcleos é chamado de “Inteligência Paralela”. Bormevet fazia parte do centro de inteligência da Abin na gestão de Ramagem.
Já Wladimir Matos Soares é um policial federal que foi preso na última terça-feira (19/11) por suspeita de integrar um grupo que planejou as mortes do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Esse grupo que arquitetava homicídios era um braço da organização golpista. O uso de veneno e de explosivos chegaram a ser cogitados.
Delegados indiciados
O delegado da PF Alexandre Ramagem, deputado federal que foi candidato à prefeitura do Rio de Janeiro nas últimas eleições, é apontado como integrante da Inteligência Paralela do governo Bolsonaro, que espionava inimigos políticos.
Anderson Torres foi ministro da Justiça e secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
No começo de 2023, a PF localizou a chamada “minuta do golpe” dentro da casa do delegado da PF. Era um documento que previa a decretação de um golpe de Estado.