A guerra entre Israel e Hezbollah foi severamente intensificada nesta última semana no Líbano. Segundo dados do Minisitério da Saúde do país, entre os dias 16 e 27 de setembro, o conflito deixou mais de mil mortos no país, incluindo 56 mulheres e 87 crianças. Dentre essas pessoas, está a família da brasileira, filha de libaneses, Leila Abou Hamia Jarouche.
Leila, de 53 anos, é filha de libaneses e nasceu em São Paulo. Ela viveu no Brasil até ela e sua irmã Raquel se casarem, mudarem-se para o Líbano. No país do Oriente Médio, as duas construiram família.
Em entrevista ao Fantástico, Leila, seu filho Ali Hamia e sua irmã, contaram sobre o momento em que a casa de Raquel foi alvo de um ataque aéreo israelense que matou os filhos e o marido da mulher.
Cinco dias antes do ataque, Leila havia solicitado prioridade ao governo brasileiro para voltar ao Brasil.
“É muito díficil de falar, meu coração está muito machucado, eu só quero sair desse lugar”, disse Leila.
A brasileira afirmou que está “precisando de muita ajuda”: “Tenho dois filhos doentes, um que precisa de cirurgia no olho e outro de remédio que eu não posso pagar. Meus filhos não viram nada na vida, só guerra e mortes”.
Raquel, que está internada em um hospital após sobreviver ao ataque que matou seu marido e filhos, disse que o governo brasiliero precisa ajudar seus cidadãos no Líbano.
“A melhor coisa que a embaixada e o Itamaraty podem fazer é achar um lugar seguro para colocar brasileiros que não têm nada a ver com essa guerra que está acontecendo no Líbano. Depois que sairmos do hospital, vamos para a rua, não temos mais casa”, disse Raquel.
O Itamaraty, afirmou ao Fantástico, que enviou uma lista de abrigos à Raquel e garantiu que fornecerá apoio financeiro para os cuidados dela e de seus familiares.
“Quando os ataques começaram, estávamos na varanda e vimos os mísseis. No momento, me joguei no colo da minha avó. Minha mãe morreu, ela era tudo para mim, como seguir a vida sem a minha luz?”, conta a neta de Raquel.
O Ministério da Saúde do Líbano informou, neste domingo (29/9), que 105 pessoas foram mortas e 359 ficaram feridas na última série de ataques no país.