Os chanceleres da Venezuela, Yván Gil Pinto, e da Guiana, Hugh Todd, se reuniram com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, no Palácio Itamaraty, nesta quinta-feira (25/1). O encontro tinha como pano de fundo um acordo relacionado à disputa por Essequibo.
Foi a primeira reunião da comissão conjunta de chanceleres e técnicos dos dois países, criada justamente para discutir as tensões relacionadas a Essequibo.
“Reafirmo que nossa região tem a vontade política e todos os instrumentos necessários para avançar no princípio comum de desenvolvimento social justo em ambiente pacífico e solidário. Ao nos depararmos com guerras em diferentes partes do mundo, aprendemos a valorizar ainda mais nossa cultura latino-americana e caribenha de paz”, afirmou Mauro Vieira.
Segundo o Itamaraty, os representantes das duas nações apresentaram propostas de agenda para comissão conjunta, que serão analisadas em uma reunião posterior, também no Brasil.
“A Guiana segue comprometida em resolver a controvérsia que a Venezuela tem com a decisão de 1899 do tribunal arbitral de um jeito muito pacífico”, destacou Hugh Todd.
A sentença citada pelo representante da Guiana retira toda a região de Essequibo do território venezuelano. No entanto, a Venezuela considerou a decisão inválida e argumenta que há imparcialidade por parte das autoridades da época.
“Nós reiteramos o nosso apoio e compromisso com a Carta da ONU [Organização das Nações Unidas], que inclui o respeito à lei internacional e ao acordo de 1966 de Genebra, que está dentro da lei internacional”, frisou o chanceler guianês.
O representante da Venezuela ressaltou que está “realmente satisfeito” com a conversa e “com muitas expectativas” de novas discussões.
“A Venezuela e o governo do presidente Nicolas Maduro está plenamente comprometido em buscar alternativas que nos permitam chegar a uma solução mutuamente aceitável”, reforçou o chanceler venezuelano.
A região de Essequibo está localizada na fronteira entre a Venezuela e a Guiana. O local é rico em recursos naturais, como petróleo e gás, e tem atraído a atenção de grandes nações.