São Paulo — O motorista Jorge Gomes, de 53 anos, virou réu na Justiça paulista acusado de amarrar e arrastar um cachorro até a morte em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, no mês passado.
O juiz Deyvison Herbeth dos Reis, da 3ª Vara de Presidente Venceslau, aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público (MPSP) contra Gomes por maus-tratos, mas negou o pedido de prisão preventiva.
Na decisão, o magistrado lembrou que o motorista já tinha extensa folha de antecedentes, como violência doméstica e embriaguez ao volante, por exemplo.
Como aconteceu
Os problemas começaram quando Gomes foi mordido pelo cachorro da vizinha, chamado Gabriel (foto em destaque), ao tentar evitar que o animal atacasse seu filho de 4 anos — o cão teria também arranhado o rosto da criança.
O motorista teria dito ao marido da mulher: “Vou dar um jeito nesse cachorro”. Algum tempo depois, ele ofereceu carne aos vizinhos, que acharam a atitude estranha e decidiram não consumi-la — suspeitavam, inclusive, que se tratava de carne de jacaré.
O cachorro foi visto pela última vez em 17 de abril. A testemunhas ouvidas no inquérito, Gomes teria afirmado que tinha dado o cachorro dos vizinhos a uma outra pessoa. Depois, teria confessado que deu um fim no animal, arrastando-o no carro com uma corda amarrada ao pescoço.
Em depoimento à polícia, Gomes disse que após o ataque foi para casa, tomou bebida alcoólica, chamou Gabriel sem que ninguém o visse e o amarrou com uma corda ao freio de mão de seu carro, um Fiat Siena.
O motorista afirmou também que, em determinado momento, o cão pulou pela janela e o carro continuou em movimento, o que acabou levando o animal à morte.
Ele disse só ter percebido que o cachorro tinha falecido ao parar o carro. Afirmou também que estava arrependido do que fez e que só queria levar o animal para longe.
O corpo de Gabriel foi encontrado nas proximidades de uma rodovia dilacerado. Segundo depoimento dado pelo marido, a dona do cachorro chegou a enfartar ao ser informada da morte do animal.