São Paulo — A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (18/4) o mensageiro Maycon Douglas da Silva, 25 anos, suspeito de atirar e matar Daniele Miranda Alves, 21 anos, no último sábado (13/4), no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo. Durante a noite, ele ainda prestava depoimento na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na região central da capital paulista.
Segundo a polícia, o corpo de Daniele foi encontrado entre carros no estacionamento de um condomínio na região do Capão Redondo. Durante a investigação, os agentes descobriram que a vítima participava de um baile funk na Rua Andorinha dos Beirais, antes do crime.
Os policiais descobriram também que, em determinado momento, houve um desentendimento com alguns frequentadores, entre eles Maycon e também Breno Fernandes Silva.
Os dois homens saíram do local em um Onix vermelho, sem placas. Câmeras de segurança flagraram depois o momento em que Maycon, no banco do passageiro, parou ao lado de Daniele e atirou contra ela.
A Polícia Civil prendeu Breno Fernandes Silva no mesmo dia do crime.
Suspeito abraçou e beijou mulher trans
Breno Fernandes Silva, preso em flagrante pelo homicídio da mulher trans Daniele Miranda Alves (foto em destaque), de 21 anos, aparece em imagens de câmeras de monitoramento abraçando e interagindo com a vítima, minutos antes da briga que precedeu o assassinato da jovem, sábado (13/4), na zona sul de São Paulo.
Os registros mostram Daniele e a amiga dela, Rafhaelly Souza, 27, em um baile funk de rua, em frente a uma adega no bairro Jardim São José. Elas dançam e se divertem, ao lado de carros estacionados na calçada, entre eles um Volkswagen Ônix vinho, pertencente ao pai de Breno Fernandes Silva, 23. Ele veste bermuda verde e camiseta preta.
As amigas são abordadas por Breno e os amigos deles, às 6h38, segundo uma câmera de monitoramento. O rapaz abraça Daniele e fala ao ouvido dela (assista abaixo).
Daniele mulher trans assassinada
Daniele mulher trans assassinada
Daniele mulher trans assassinada
Daniele mulher trans assassinada
Daniele mulher trans assassinada
Daniele mulher trans assassinada
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Minutos depois, a jovem é abordada novamente por Breno, que aparentemente beija o rosto dela. Ele chega a pular abraçado com um colega, em uma aparente comemoração.
Às 6h41, Daniele e a amiga entram no Ônix, acompanhadas pelos homens que as abordaram anteriormente. Ambas permanecem no carro até 6h43, momento em que Daniele sai e vai de encontro a um rapaz, estapeando-o no rosto. O clima de festa acaba e as duas mulheres começam a discutir com Breno e o grupo de amigos dele.
Como mostrado pelo Metrópoles, as duas amigas são agredidas pelos homens. O motivo para a confusão ainda é apurada pela Polícia Civil.
Executada a tiros
Outra câmera registrou as amigas caminhando pela Estrada de Itapecerica, a cerca de 800 metros de distância do baile funk. Antes disso, segundo relatado por Rafhaelly à polícia, um carro teria tentado atropelá-las.
Quando ambas passam em frente a um estacionamento, às 7h37, um Volkswagen Ônix vinho, sem placas, emparelha com as amigas e o passageiro atira. A ação dura segundos e o carro é conduzido em alta velocidade para longe do local. As investigações apontam que o motorista do carro seria Breno. Ele nega.
Daniele entra no estacionamento e se senta sob um gradil, enquanto a amiga mexe no celular, aparentemente pedindo ajuda.
A vítima conversa ainda um pouco com a amiga, até que desmaia. Ela morreu no local, sem tempo de ser socorrida.
Vídeo
Prisão em flagrante
O carro que aparece nas câmeras foi encontrado por policiais militares estacionado na rua onde Breno mora, a cerca de 30 metros de distância de sua residência. Foi quando ele foi localizado e questionado sobre o veículo.
Ele teria argumentado que o carro pertence ao seu pai. O Ônix, acrescentou, “não era usado”, porque, segundo o suspeito disse à polícia, “não estava regularizado no Detran [Departamento Estadual de Trânsito]”.
Em depoimento à Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles, o suspeito afirmou que teria passado a madrugada de sábado “jogando dominó” em um bar, na rua de sua casa.
Ele disse ainda que teria deixado o Ônix na garagem de casa, não usando o carro. “Porém, ao chegar pela manhã, encontrou o veículo estacionado na via pública, próximo de sua residência”.
As imagens das câmeras de monitoramento, obtidas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), mostram, no entanto, Breno participando do baile funk, durante o qual embarca e assume o volante do Ônix, após as amigas serem agredidas.