As medidas aprovadas na terça-feira (18) à noite não acalmaram o mercado financeiro, que já abriu hoje com o real em queda. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em especulação do mercado e afirma que moeda irá se acomodar
Reprodução/TV Globo
As medidas aprovadas na terça-feira (18) à noite não acalmaram o mercado financeiro, que já abriu nesta quarta-feira (18) com o real em queda.
Ainda de manhã, repórteres mencionaram essa situação ao perguntarem ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se haveria tempo para a aprovação do pacote de medidas de cortes de gastos no Congresso.
“Nós estamos fazendo nossa parte, que é mandar as medidas e garantir que elas não sejam desidratadas, convencendo as pessoas que são medidas necessárias para reforçar o arcabouço fiscal, do ponto de vista da despesa. Então, eu penso que está havendo uma compreensão boa. As conversas com os relatores estão boas. Ontem já passou uma na Câmara. Hoje devem ser votadas as outras duas, inclusive a PEC, e vou conversar agora com o Pacheco para ver a hora limite de ele receber as medidas para conseguir votar até amanhã, no máximo sexta-feira, para poder fechar o orçamento também, porque o orçamento depende dessas medidas para ficar organizado de maneira a respeitar os limites orçamentários previstos nas regras fiscais”, afirma o ministro.
Em seguida, o ministro Haddad respondeu sobre a cotação do dólar, que, àquela altura, já atingia os R$ 6,20.
“Nós temos câmbio flutuante, que nesse momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que vai fazer o câmbio flutuar, mas eu acredito que vai se acomodar. Sobretudo… tenho conversado muito com instituições financeiras, previsão de inflação para o ano que vem, previsão de câmbio para o ano que vem. Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio flutua. O Banco Central tem intervindo, o Tesouro hoje passou a atuar na recompra de títulos. Nós vamos continuar acompanhando até estabilizar. Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas falando, jornalistas respeitáveis falando disso. Mas eu prefiro trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal para estabilizar isso. Pode tá havendo. Não estou querendo aqui fazer juízo sobre isso porque a Fazenda trabalha com os fundamentos, e esses movimentos mais especulativos são coibidos com a intervenção do Tesouro e do Banco Central. Então, funciona assim. Já houve outros momentos na história recente em que aconteceram desancoragens desse tipo. Se vocês forem resgatar nos últimos anos, já houve dias tensos que depois se acomodaram em virtude do desdobramento das medidas tomadas pelo governo”, completou.
À tarde, o Banco Central americano reduziu os juros pela terceira vez este ano. A taxa está na faixa de 4,25% a 4,5% ao ano. E o dólar comercial acabou quebrando mais um recorde histórico em relação ao real: 6,26.
Desde janeiro, a valorização do dólar já se aproxima de 30%. No mercado de ações, o Ibovespa teve a maior queda diária desde novembro de 2022.
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