São Paulo — O candidato à Prefeitura da capital pelo PRTB, Pablo Marçal, classificou como “teste” a empresa que anuncia nas redes sociais como um “banco” criado por ele, mas que não tem autorização para operar como instituição financeira pelo Banco Central (BC) e cobra taxa para abrir conta em um banco regular, conforme revelado pelo Metrópoles.
Apesar de dizer em diversos vídeos nas redes sociais que “criou” o banco General Bank por insatisfação com os principais bancos do país, Marçal disse que “nunca lançou” o banco quando questionado por jornalistas durante agenda de campanha nesta segunda-feira (2/9).
“Na verdade é um MVP, mínimo viável de um produto. Eu nunca lancei esse banco. Você não vai achar nenhum vídeo do lançamento. Está sendo testado. Tá tudo certo”, afirmou o candidato durante uma caminhada em Moema, zona sul de São Paulo.
“É só mandar para o Banco Central. É simples”, completou Marçal quando questionado.
Ao contrário do que diz Marçal, a reportagem do Metrópoles mostrou que o influenciar propaga ter criado um “banco” que, na prática, é uma plataforma on-line que cobra R$ 45 do cliente para abrir uma conta em outro banco chamado Asaas, que é autorizado pelo BC e não exige um centavo sequer para abertura de conta.
Assista:
Não é sócio
Marçal não é sócio do banco. A história contada por ele em palestras e entrevistas é a de que decidiu “abrir um banco” após “descobrir como funciona” o sistema bancário e ficar decepcionado. “O dia que eu comecei a ter clareza na minha vida, o que eu quis? Eu quis? Eu quis abrir um banco. Eu tenho um banco, o General Bank”, disse. “Já está autorizado, já. Tem muito negócio, a gente nem fica fazendo propaganda para não parecer camelódromo digital”, completou em um dos vídeos.
Marçal até tem suas digitais em um “General Bank”. Trata-se de uma marca registrada diversas vezes por ele no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) para algo que vai desde um banco a uma loja de cursos on-line. Portanto, em nome dele existe apenas o registro para uso exclusivo da marca, o que não implica em ser sócio de uma empresa ou dono de um produto que existe.
O aplicativo do General Bank disponível para download em plataformas de apps do Google e da Apple tem como responsável a empresa BRM1 Administradora, cujo único sócio é Bruno Pierro, um amigo de Marçal e apoiador de sua campanha. Pierro se apresenta como “co-founder” do General Bank, ao lado de Marçal.